BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira, 4, que a “pauta verde” estará entre as grandes prioridades do Poder Legislativo neste segundo semestre. Lira disse que, em acordo com lideranças da Casa, há um planejamento para dar andamento às deliberações de matérias relacionadas à economia sustentável.
Ele afirmou que três temas estão no horizonte para serem apreciados pela Câmara no curto prazo: regulamentação do mercado de carbono, distribuição de energia renovável para outros países e criação de incentivos às fontes alternativas de produção de biocombustíveis, em paralelo com a discussão sobre marcos regulatórios. O discurso foi feito durante solenidade de abertura do Fórum Nordeste 2023, em Recife (PE).
Em relação ao mercado de carbono, o presidente da Câmara reforçou que o objetivo é garantir que as indústrias, por meio de incentivos econômicos, incorporem a busca por energia limpa nos processos produtivos.
Leia também
Na agenda de distribuição de biocombustíveis para outros países, Lira destacou que o Brasil já tem vantagem por possuir um sistema logístico instalado para produzir e distribuir etanol para todo território. “Sairemos bem na frente numa corrida que exigirá pesados investimentos de países que não possuem a infraestrutura que nós já possuímos”, avaliou.
Já na pauta sobre incentivos à produção de energia limpa, o presidente da Câmara deu destaque à discussão sobre o porcentual de participação de biocombustível na mistura com combustíveis fósseis.
“Enquanto corremos na transição energética do setor de transportes, é importante discutir o percentual de participação de biocombustíveis na mistura com combustíveis fósseis. Tanto o etanol como o biodiesel têm potencial de crescimento para aumentar sua participação no suprimento ao setor de transportes, contribuindo para a sua ‘descarbonização’”, afirmou.
O parlamentar também destacou que a produção a partir do agave é outra frente que precisa receber mais atenção no segmento dos “combustíveis limpos”. “Planta que, além de resistente e adaptada ao ambiente do sertão nordestino, possui grande potencial produtivo de biocombustíveis”, disse durante o evento, referindo-se à agave, espécie pertencente à família das suculentas que tem sua maior ocorrência no México.
“Acreditamos que seja necessário buscar o desenvolvimento do uso da energia limpa no segmento industrial, possibilitando uma nova onda de reindustrialização brasileira e viabilizando a inserção competitiva de produtos ‘verdes’, que possuem cada vez mais apelo junto ao consumidor, no mercado internacional”, defendeu Lira.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.