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Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Opinião | Uma sociedade longeva é privilegiada, por ser mais diversificada, mas longevidade tem seus desafios

Com ampliação da expectativa de vida, ajustes permanentes são necessários para que os sistemas de saúde pública e previdência social continuem funcionais

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Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi

Longevidade é a maior vitória da sociedade contemporânea. A vida é uma dádiva que merece ser celebrada todos os dias. Em todo o mundo, 1 milhão de pessoas têm hoje 100 anos ou mais. O grupo acima dos 110 anos soma 278. A extensão do tempo oferece um conjunto de poderes e também protagonismo a uma população antes desencorajada de compartilhar novas experiências. E traz, ainda, uma dinâmica desafiadora que engloba sustentabilidade financeira individual e coletiva, expressas na previdência pública e privada.

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Graças à ciência e à busca de comportamento saudável, a ampliação do tempo de vida é uma realidade. No Brasil, a expectativa ao nascer é crescente e atingiu, no ano passado, 79,7 anos para as mulheres e 73,1 para os homens. Com dados em constante evolução, ajustes permanentes são necessários para que os sistemas de saúde pública e previdência social continuem funcionais.

Dados divulgados recentemente pelo IBGE mostram que a nossa pirâmide populacional é uma das que envelhecem mais rápido no mundo, fruto da combinação entre aumento da expectativa de vida e queda da taxa de fecundidade. A proporção de maiores de 60 anos entre os habitantes do País passou de 8,7%, em 2000, para 15,6%, em 2023, ultrapassando a faixa etária de 15 a 24 anos.

Em todos os países, as questões que cercam o envelhecimento da população despertam atenção.  Foto: Werther Santana/Estadão

A relação desigual entre nascimentos, em menor escala, e longevidade, que acelera, provoca um desequilíbrio na previdência pública. Dados oficiais apontam que o déficit orçamentário do sistema deverá avançar de forma permanente se não houver uma nova reforma da previdência. Os ajustes devem ser feitos para adequar o modelo público às velozes transformações no perfil populacional.

Em todos os países, as questões que cercam o envelhecimento da população despertam atenção. A ONU declarou o período entre 2021 e 2030 como a Década do Envelhecimento Saudável, uma forma de pontuar as belezas da vida mais longa. Um dos principais ganhos da longevidade é agregar novas camadas de convívio entre diferentes gerações, o que proporciona mais intercâmbio de vivências, experiências e conhecimento. Uma sociedade longeva é privilegiada, por ser mais diversificada e humana.

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Em paralelo aos anos a mais, importa a qualidade de vida que teremos nesse período. É preciso planejar desde cedo a fim de conquistar a sustentabilidade financeira. Ela se constrói em três pilares: previdência pública, complementar e suplementar. O grande objetivo é garantir um futuro melhor sem perder as conquistas realizadas.

Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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