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Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Opinião|Com doenças e surtos epidêmicos, aquecimento global se manifesta como ameaça à espécie humana

O caminho inescapável será uma crescente integração entre os modelos de saúde público e privado

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Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi
Atualização:

Já é unânime a visão de que as mudanças climáticas têm reflexos econômicos relevantes para os setores público e privado. Há um grande volume de estatísticas e indicadores que mostram os prejuízos causados pelo desequilíbrio climático e os investimentos necessários para reduzir seu impacto. Mas que começa a ser percebido com mais ênfase, agora, é que o principal risco não é o financeiro, mas o da segurança humanitária.

Na forma de doenças e surtos epidêmicos, o aquecimento global se manifesta como ameaça objetiva à espécie humana.

É unânime a visão de que as mudanças climáticas têm reflexos econômicos relevantes para os setores público e privado Foto: Gabriela Biló/Estadão

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O planeta registra temperaturas recordes a cada ano. Confirmadas as projeções de que a temperatura média global continuará a aumentar, as mortes anuais relacionadas ao calor deverão seguir crescendo. Os mais vulneráveis, segundo o prestigioso relatório Lancet Countdown 2023, são os recém-nascidos e adultos com mais de 65 anos.

O cenário, dois anos depois do controle da pandemia da covid-19, volta a destacar a importância da ciência e da medicina no esforço de contenção dos danos e para salvar vidas. Foi um êxito da civilização o combate rápido e direto à pandemia, com o esforço abnegado dos médicos, dos profissionais de saúde, cientistas e do sistema hospitalar. Também não faltaram exemplos comoventes de atos de solidariedade e empatia.

Agora, o desafio é ainda maior, pois os efeitos nocivos da mudança do clima para a vida humana apresentam curva de aceleração evidente. O Brasil precisa investir no tripé formado por saúde pública e privada, ciência e medicina. Hoje, o País gasta 9,3% de seu PIB em saúde, totalizando cerca de R$ 800 bilhões anuais. Porém as projeções indicam ser preciso aumentar continuamente esse valor, de acordo com o estudo Setor Privado e Relação Público-Privadas no Brasil, do IEPS.

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O caminho inescapável será, como em alguns países desenvolvidos, uma crescente integração entre os modelos de saúde público e privado. Essa cooperação surge como a forma ideal para o enfrentamento desse novo desafio. Com uma expertise de mais de 70 anos de convivência entre os dois modos, o Brasil está em ótimas condições para avançar nesse modelo. Em separado, nenhum deles terá condições econômicas de lidar com os investimentos necessários aos novos tempos.

E, mais uma vez, rendemos nossa homenagem às médicas e aos médicos por seu dia, comemorado na sexta-feira, 18 de outubro. São vocês a nossa principal linha de defesa contra as catástrofes e tragédias da vida.

Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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