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Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Opinião|Crescer é uma urgência para o Brasil, e vamos reparar o avião em pleno voo

O PAC 3 foi recebido com expectativas que vão do otimismo oficial ao sentimento de cautela pela sociedade

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Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi

O novo Programa de Aceleração do Crescimento, conhecido como PAC 3, foi anunciado no último dia 11. A previsão de investimentos é ousada, da ordem de R$ 1,7 trilhão, dos quais R$ 1,3 trilhão com aplicação até 2026. Os recursos têm como origem o Orçamento da União, empresas estatais, financiamentos bancários e capital do setor privado.

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Em comparação aos dois programas anteriores, este apresenta modernização em relação à transição sustentável. Uma intenção manifestada é a de evitar reparos em relação a pontos como a falta de planejamento e inadequação dos incentivos ao setor privado.

A prioridade imediata é retomar obras paradas, o que é um acerto. Estima-se que estejam inativos 7 mil canteiros de obras, em mais da metade dos municípios do País. Há desde esqueletos abandonados de creches, escolas e unidades de saúde até interrupção de obras de pavimentação asfáltica, implantação de iluminação pública e saneamento básico.

O PAC 3 foi recebido com expectativas que vão do otimismo oficial ao sentimento de cautela por parte da sociedade, justamente em razão do estoque de obras paralisadas. No entanto, tem méritos inegáveis, pois organiza e dá rumo a um plano de crescimento no longo prazo. Os empreendedores de diferentes setores podem perceber nele oportunidades de rentabilizar investimentos e iniciar novas frentes de negócio.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, participa da Cerimônia de Lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O programa vem à luz em um momento de incertezas na economia global e internamente há expectativas com relação às reformas fiscais. São variantes que elevam a importância do PAC 3, que nos dá uma alternativa em resposta a um mundo em crise e incertezas locais.

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E crescer é uma urgência para o Brasil. Nas últimas décadas a taxa média de evolução do PIB foi de 2% ao ano. Muito pouco para um país que tem tantas prioridades sociais a cumprir.

Há ainda questões macroeconômicas a resolver que contingenciam um projeto de crescimento que depende de capital privado, financiamento e recursos da União.

Entretanto, por termos tantas metas a atingir, e há tanto tempo, não é mais possível aguardar o perfeito alinhamento dos astros para iniciarmos um novo projeto de crescimento. Sim, vamos reparar o avião em pleno voo.

Temos trunfos para atrair o interesse de grandes grupos nacionais e do exterior. E se conseguirmos avançar passo a passo, completando as obras paradas, fazendo a transição verde e melhorando estradas e ferrovias estratégicas, já teremos como iniciar um ciclo virtuoso.

Depois de tantas tentativas, já sabemos o que se deve fazer, o que não se deve fazer e principalmente o que é preciso fazer.

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Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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