O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 19, em Bruxelas, acreditar que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul será fechado em 2023. “Pela primeira vez estou otimista de que vamos concluir esse acordo ainda este ano”, afirmou o presidente, em entrevista coletiva após a reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE).
Leia mais
Lula voltou a criticar a carta adicional que a União Europeia apresentou durante as negociações, que classificou como “agressiva”. “A carta que a Europa fez para o Mercosul ameaçava com punição se a gente não cumprisse determinados quesitos ambientais. E a gente disse para a União Europeia que dois parceiros estratégicos não discutem com ameaças, [discutem] com propostas”, afirmou.
O presidente disse que o Brasil já preparou uma resposta ao documento europeu. O texto está em discussão no âmbito do Mercosul e será entregue “daqui a duas ou três semanas” à União Europeia. “Volto para o Brasil feliz porque nós conseguimos um intento muito grande que foi restabelecer de forma madura as negociações com a União Europeia.”
Lula voltou a ressaltar a importância da defesa das compras governamentais no acordo com os europeus. “Temos interesse em ter a possibilidade de nos reindustrializar”, disse o presidente. “Por isso que não abrimos mão das compras governamentais, um instrumento de desenvolvimento interno. Os Estados Unidos fazem isso, a Europa faz isso, a Alemanha faz isso e o Brasil tem o direito de fazer isso.”
Após a entrevista, Lula embarcaria para Praia, capital de Cabo Verde, onde será recebido pelo presidente do país, José Maria Neves. Logo após o encontro, o presidente retornará a Brasília.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.