Lula diz que Brasil não gastará o que não tem e aposta em crescimento de 3,5% em 2024

Após reunião com agências de classificação de risco, presidente brasileiro pede atenção a feitos do governo como a reforma tributária e defende que bancos incentivem o crescimento

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Foto do author Sofia  Aguiar
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva contou sobre o encontro que teve com as agências de risco em Nova York na segunda-feira, 23, e disse que tinha “curiosidade” em saber qual critério que elas adotam para avaliar o Brasil. O chefe do Executivo afirmou que o governo não gastará o que não tem e que está “apostando” que o País chegará a 3,5% de crescimento neste ano.

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“Fiz reunião com empresas de rating em Nova York, aquelas empresas que medem o crescimento da nossa economia. Não é habitual um presidente da República se reunir com empresas de rating, mas eu tinha curiosidade de saber o seguinte: qual é o critério que elas adotam para avaliar o Brasil? Com quem elas conversam?”, contou o petista, em reunião nesta quinta-feira, 26, no Palácio do Planalto. Participaram do encontro de hoje a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e os governadores Elmano de Freitas (Ceará) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul). O áudio foi disponibilizado depois da agenda pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da presidência.

Lula contou que pediu que as agências de risco contassem com quem conversam para avaliar o Brasil: “Se vão na Faria Lima apenas, se leem editoriais dos jornais, se vão ao Banco Central”, disse. “Porque eu nunca fui perguntado por ninguém sobre o Brasil, nem em pesquisa eleitoral, muito menos em pesquisa de avaliação político-econômica do Brasil.”

O chefe do Executivo, então, disse que as agências de risco “têm que prestar atenção” que o governo está entregando promessas que fizeram desde o início da gestão, como o arcabouço e a reforma tributária. “Não é uma coisa de agora”, afirmou.

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Lula teve reunião com agências de classificação de risco nesta quinta, 26 Foto: Wilton Junior / Estadão

“As coisas estão desenhadas e nós agora estamos vendo a economia surpreender não a mim, mas os famosos analistas, alguns muito pessimistas de que o Brasil ia crescer apenas 0,8% no primeiro ano, surpreendemos crescendo 3%, e agora diziam que a gente ia crescer 1,5%. Estou fazendo uma aposta de que vamos chegar a 3,5%”, comentou.

Lula voltou a destacar que é importante o dinheiro circular para a economia do País crescer. “Aqui, a gente aprendeu que a gente não gasta o que não tem. Se a gente tiver que fazer uma dívida, tem que ser de algum ativo novo que possa nos dar lucro e aumentar o nosso patrimônio”, declarou.

Na fala, o petista disse que quer que os bancos sejam os “principais incentivadores” para o crescimento econômico. “Com muito crédito, não para indústria apenas, mas para prefeituras e governo de Estado para que as obras aconteçam”, citou.

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