Lula diz que vai convidar Campos Neto para ver ‘lugares mais miseráveis do País’

Presidente afirmou em entrevista à CNN que não tem interesse em brigar com um ‘cidadão que é o presidente do BC’

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Por Daniel Galvão e Matheus de Souza
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 16, que pretende levar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para ver os “lugares mais miseráveis do País”. O petista voltou a se referir ao dirigente da instituição como “cidadão”, disse que só o viu uma única vez e que não tem interesse em brigar com ele. A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil, que será exibida na íntegra às 18h desta quinta-feira.

“Ele (Campos Neto) tem que saber que, neste País, a gente tem que governar para as pessoas que mais necessitam”, declarou. Lula tem feito desde o início do ano críticas ao BC pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Ele também já chamou a autonomia da instituição de “bobagem”. Campos Neto se tornou alvo do presidente e do PT por sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o nomeou para o cargo. O mandato como presidente do BC se encerra em dezembro de 2024.

O presidente afirmou ainda que, quando o chefe do Executivo era responsável pela indicação do presidente do Banco Central (BC), “você conversava”. “Quando tinha que aumentar, aumenta, não tem problema nenhum, mas você tinha que cuidar do outro lado”, disse.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem sido alvo de críticas frequentes de Lula Foto: Nadja Kouchi/TV CULTURA

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“Nós tínhamos o BNDES, que tinha TJLP (taxa de juros de longo prazo), você aumentava meio por cento de juro, você reduzia meio ponto no juro do BNDES para facilitar aqueles que precisavam de investimento para fazer a economia crescer. Você não precisa de briga pra isso, é só utilizar o bom senso”, declarou.

Nesta quinta-feira, 16, o PT divulgou resolução do Diretório Nacional carregadas de críticas à política monetária do País. O partido defende a revisão das metas de inflação, o corte da taxa básica de juros e a “convocação” do presidente do BC pelo Congresso Nacional.

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