Lula diz que vai ‘continuar batendo’ no Banco Central para reduzir taxa básica de juros

Segundo o presidente, não há crise de demanda que justifique manter a taxa Selic em 13,75% ao ano

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Foto do author Weslley Galzo
Atualização:

BRASÍLIA - Às véspera das da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira, 21, que vai continuar pressionando o Banco Central pela redução da taxa Selic, a taxa básica de juros, que hoje é de 13,75% ao ano.

“Vou continuar batendo, vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros”, disse ao portal Brasil 247.

“Uma coisa que eu acho absurdo é a taxa de juro estar a 13,75, num momento em que a gente tem o juro mais alto do mundo, num momento em que não existe uma crise de demanda, não existe excesso de demanda”, afirmou.

Desde que assumiu, Lula vem pressionando o Banco Central para começar a reduzir a taxa, que baliza todos os empréstimos.

Banco Central virou alvo de críticas de Lula por juros altos  Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

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Mas, pelo menos para a reunião do Copom que começa nesta terça-feira, 21, a taxa deve permanecer como está, na visão dos analistas do mercado financeiro.

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Essa projeção foi unânime entre as 45 instituições ouvidas pelo Estadão/Broadcast. Além disso, a maior parte delas (24) projeta o início dos cortes para o segundo semestre, seis acreditam que essa redução nos juros pode começar ainda neste primeiro semestre e outras 15 acreditam que esse ciclo de baixa só tenha início em 2024.

O último encontro, o primeiro durante o terceiro mandato de Lula, ocorreu em 1º de fevereiro, quando o comitê manteve a mesma taxa, pela quinta vez consecutiva.

Na entrevista, Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central e autonomia do BC, aprovada justamente para blindar a instituição de interferência política. “A gente só vai poder mudar o [presidente do] Banco Central daqui dois anos, porque ele tem autonomia. Eu, sinceramente, nunca me importei com a autonomia do Banco Central. Eu nunca achei que era importante. Eu não sei porque as pessoas acham que é importante autonomia.”

“Eu sinceramente acho que o presidente do Banco Central não tem compromisso com a lei que foi aprovada de autonomia do Banco Central. A lei diz que é preciso cuidar da responsabilidade da política monetária, mas é preciso cuidar da inflação também, é preciso cuidar do crescimento do emprego, coisa que ele não se importa”, disse.