PUBLICIDADE

Publicidade

Lula vai a Brasília para encaminhar PEC e terá agenda com Lira e Pacheco, diz Gleisi

Segundo dirigente do PT, governo eleito irá insistir em aprovação de proposta que prevê gastos fora do teto para bancar Bolsa Família

Foto do author Giordanna Neves
Foto do author Sofia  Aguiar
Atualização:

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira, 25, que o governo eleito irá insistir na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e descartou um plano B. Para isso, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), irá a Brasília se encontrar com partidos políticos e presidentes da Câmara e Senado.

“Queremos insistir no caminho da política”, disse Gleisi após reunião com o presidente eleito sobre o tema. Ela afirmou que Lula ficará a próxima semana em Brasília para encaminhar o texto da PEC. De acordo com ela, o petista irá conversar com bancadas, partidos políticos e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Senado, Rodrigo Pacheco (PSD- MG).

Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Foto: Wilton Junior/Estadão

PUBLICIDADE

“Lula estará em Brasília para essas conversas e para encaminhar PEC”, disse. Segundo ela, a reunião com Lula nesta sexta-feira, em São Paulo, foi para “organizar a vida dele em Brasília”.

Gleisi reconheceu que o jeito que o processo da PEC teve início pode ter atrasado sua aprovação. “Temos que conversar mais com bancadas e partidos”, afirmou.

Ela chegou pela manhã na casa de Lula, na capital paulista, para discutir o teor da proposta e destravar as negociações. O presidente eleito está há duas semanas sem ir a Brasília, primeiro por causa da viagem à COP 27, no Egito e, segundo, para se recuperar da cirurgia que fez na garganta. Sua ausência gerou dificuldade em avançar na discussão da PEC.

O anteprojeto da PEC apresentado pelo coordenador de transição, o vice Geraldo Alckmin (PSB), propôs um gasto de aproximadamente R$ 200 bilhões fora do teto de gastos, de forma permanente. Os recursos seriam usados para bancar o Bolsa Família de R$ 600 e um adicional de R$ 150 por criança, além de outras promessas de campanha.

Líderes do Centrão se queixam do valor proposto pela equipe de transição e pela falta de um prazo definido. Na prática, eles temem que o governo eleito garanta uma fatia de recursos anualmente e não necessite negociar com o Congresso.

Publicidade

Sem ‘pressa’ para nomear ministro

Gleisi também afirmou que Lula não definiu ministérios e que existem vários nomes em jogo. De acordo com ela, não há pressa, e o anúncio vai ocorrer no “momento oportuno”.

“O presidente tem vários nomes na cabeça. Já tem mais ou menos o que está pretendendo para o ministério. Mas não está com pressa”, disse. “Pode ser que ele fale alguma coisa semana que vem ou não, não é essa a finalidade da ida dele a Brasília”, continuou.

Como mostrou o Broadcast Político, o mais cotado para o Ministério da Fazenda é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). A ideia é que ele faça uma dupla com o economista e um dos formuladores do Plano Real Persio Arida, que poderia comandar o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O nome de Haddad foi testado nesta sexta-feira, 25, no almoço anual de dirigentes dos bancos na Febraban. Com a repercussão do discurso do petista, a Bolsa fechou em queda de 2,51% após a fala do ex-prefeito. Banqueiros e economistas avaliam que Haddad fez uma fala generalizada e sem detalhar questões fiscais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.