BRASÍLIA - Em nova pressão sobre o Banco Central, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo facilitará o crédito a prefeituras e Estados, independentemente da “teimosia” do presidente da instituição financeira, Roberto Campos Neto. É a segunda vez, só nesta semana, que Lula chama o presidente da instituição de teimoso, ao manter a taxa básica de juros, a Selic, a 13,75% ao ano.
A declaração ocorreu durante reunião, nesta quarta-feira, 12, entre Lula, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e a presidente da Caixa, Rita Serrano, no Palácio do Planalto, além de parlamentares do Estado. O encontro foi fechado, mas o áudio foi disponibilizado à imprensa.
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Na agenda, Lula repetiu o pedido para que Estados e municípios reivindiquem as necessidades das regiões ao Executivo federal, uma vez que o papel do governo federal é atender tais demandas. Segundo o presidente, neste mês, ele fará um evento em Fortaleza, no Ceará, sobre o Crediamigo, o programa de microcrédito do Banco do Nordeste.
“Neste mês, nós ainda vamos fazer um grande lançamento, que é um grande ato do Crediamigo lá na cidade de Fortaleza, para que a gente mostra para a sociedade brasileira que vai ter crédito sim, independente do presidente do Banco Central continuar teimoso, a gente vai facilitar o crédito para o pequeno, para o médio [produtor] neste país”, declarou. “É fazendo dinheiro irrigar pelas mãos do povo que trabalha que a gente vai produzir riqueza”, disse.
Ontem, ao comemorar a aprovação da reforma tributária na Câmara, o chefe do Executivo citou um otimismo das pessoas a partir da melhora dos indicadores econômicos e aproveitou para tecer críticas a Campos Neto. “Logo, logo, vai começar a baixar a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação”, disse, durante a live semanal nas redes sociais.
Na reunião desta tarde, Lula também fez uma menção especial à aprovação da reforma tributária na Câmara, na semana passada. “Acho que Câmara cumpriu na semana passada - apesar de eu como pernambucano ter ficado chateado porque não foi votado o negócio das indústrias de automóvel para Pernambuco e para a Bahia, perdemos por um voto - mas acho que o que a Câmara fez foi uma votação excepcional, que quero que seja repetida no Senado”, disse.
No encontro de hoje, Lula assinou o contrato Finisa - Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento – no valor de R$ 1,7 bilhão para financiamento de obras de infraestrutura, urbanização e saneamento a Pernambuco. Com fonte de recursos Caixa, a linha de crédito é destinada ao financiamento de despesas de capital vinculadas a projetos de infraestrutura e saneamento.
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