BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo, 3, que não responderá questionamentos sobre corte de gastos e outros assuntos que não estejam relacionados ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A declaração ocorreu na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ele havia dito que não responderia nenhuma pergunta que não fosse sobre educação e foi questionado por jornalistas se falaria sobre corte de gastos.
“Eu não vou discutir nenhum assunto que não seja sobre educação”, declarou. Em seguida, foi perguntado se não falaria nem sobre cortes de gastos. “Nem mais nada. Nem sobre Estados Unidos, nem Venezuela, nem Nicarágua, nem Rússia, nem China. Hoje é Enem. Hoje o assunto é Enem.”
Mais cedo, o Ministério da Fazenda informou que a viagem do ministro Fernando Haddad à Europa nesta semana foi cancelada a pedido de Lula. Haddad estará em Brasília ao longo da próxima semana, dedicado aos temas domésticos.
A viagem para a Europa afastaria o ministro do País numa semana crucial para o governo, que é cobrado a apresentar o pacote de medidas de revisão de gastos. Prometido para “depois das eleições municipais”, o ajuste nas despesas elevou as expectativas do mercado em relação ao potencial das medidas.
Na semana passada, a turbulência ficou evidente principalmente na cotação do dólar, que disparou. Na sexta-feira, a moeda americana fechou cotada a R$ 5,8694, o segundo maior nível nominal da história, perdendo apenas para o fechamento de 13 de maio de 2020 (R$ 5,9008).
Após a declaração, Lula deixou o Inep, por volta das 12h30. Acompanharam Lula os ministros da Educação, Camilo Santana, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Sáude, Nísia Trindade, além do ministro-substituto da Advocacia-Geral da União (AGU) Flávio José Roman, o presidente do Inep, Manuel Palacios, e a primeira-dama, Janja da Silva.
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