O protecionismo dos Estados Unidos e dos países europeus é um dos principais fatores do aumento dos preços de alimentos no mundo. A avaliação foi feita ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura do 20.º Fórum Nacional, no Rio. Lula também criticou o fato de a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) não ter sido repassada aos preços e defendeu o uso dos biocombustíveis para compensar o aumento do petróleo. "A crise atual mostra que nos países ricos também há muita coisa para ser consertada. Afinal, ela foi produzida pelos seus desarranjos. Não há o menor sentido em Estados Unidos e Europa continuarem com suas políticas restritivas no campo da agricultura. Os subsídios e o protecionismo agrícola que semeiam obstáculos no caminho da Rodada Doha são também os principais fatores que estimulam a inflação mundial de alimentos." Lula afirmou acreditar na conclusão de Doha até o fim do ano. Mas comentou que isso cabe aos "governantes, sobretudo dos países ricos", permitirem que o mundo passe a ter um livre comércio de grãos, proteínas e biocombustíveis. Para ele, o protecionismo representa um "muro inaceitável" erguido para "perpetuar a miséria nas nações pobres e em desenvolvimento".
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