BRASÍLIA - O governo de transição do governo eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai reavaliar os planos de venda de ativos da Petrobras. A informação foi dada por Mauricio Tolmasquim, ex-secretário-executivo e ministro interino do Ministério de Minas e Energia no governo Lula e que hoje atua no grupo técnico da área de energia.
“Foi solicitado que haja uma reunião com o presidente da Petrobras, justamente porque tem uma série de ativos da Petrobras que estão em vias de serem vendidos e a gente quer ter a oportunidade de conversar com a Petrobras, se realmente é o momento adequado de fazer isso”, afirmou Tolmasquim, durante passagem pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Ex-presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Tolmasquim destacou que nada deve ser vendido pela estatal neste momento, porque é preciso que seja avaliado pelo novo governo.
“Está acabando um governo e deveria se aguardar a posse do novo governo para se tomar essa decisão. Então pedimos que seja providenciada uma reunião intermediada pelo ministro, com o presidente da Petrobras, para dar um tempo nessa venda de ativos que estão programando neste fim de ano. As medidas estão sendo tomadas no sentido de vender, e a gente acha que isso tem que ser discutido”, comentou. Ele não citou nenhum ativo, especificamente.
No Twitter, o ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Adolfo Sachsida, disse que pode apenas agendar uma reunião da equipe de transição do governo com o comando da Petrobras, e afirmou que não interfere em empresas de direito privado, como é o caso da petroleira.
A declaração foi dada após o senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmar que o Grupo de Trabalho de Energia da Transição pediu ao ministro para que a Petrobras suspenda medidas envolvendo a venda de ativos, até o fim do governo Bolsonaro. Prates já havia falado mais cedo que, de retorno do ministro, ouviu que Sachsida colocaria a equipe de transição em contato com a estatal.
Sobre as decisões estratégias relativas somente ao MME, o ministro teria dito ao grupo que novas medidas não serão tomadas até o fim do ano.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.