Magalu está apanhando muito na Bolsa porque sempre acreditou em loja física, diz Luiza Trajano

Segundo empresária, crise atual do varejo não é a primeira do setor e servirá para solidificar a empresa; em menos de três anos, Magazine Luiza viu seu valor de mercado cair 94%

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A presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, disse que a empresa está “apanhando muito na Bolsa” porque “sempre acreditou em loja física”. Ela também afirmou que a crise atual do varejo não é a primeira do setor e, para ela, servirá para solidificar a empresa, frente ao crescimento dos últimos anos.

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“O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento. Crescemos muito nesses três, quatro anos, mais do que eu poderia até pensar, que a gente chegaria a faturar R$ 60 bilhões”, disse nesta terça-feira, 24, em São Paulo, durante um evento da PwC, a empresa de auditoria interna da varejista.

Ela citou momentos de dificuldade econômica que o País enfrentou no final do século passado e início do século 21. “Entra crise, sai crise, e o importante é sobreviver. Aprendi muito mais em crises”, completou. Ela também mencionou que a situação financeira da Americanas é “muito ruim” para o setor e que o episódio fez a Magalu melhorar procedimentos de auditoria interna, sem citar detalhes.

Em menos de três anos, o Magazine Luiza viu seu valor de mercado derreter 94% e está sob ameaça de perder os dois dígitos hoje, flertando com os R$ 9,8 bilhões, depois de surfar em R$ 178 bilhões em 5 de novembro de 2020. Competição acirrada no e-commerce, juros elevados e uma pressão extra relacionas a aluguel de ações estão entre os principais indicativos para essa falta de fluxo no papel, que levou a ação à menor cotação histórica: R$ 1,42.

Ações da Magalu estão valendo pouco mais de R$ 1 Foto: Felipe Rau / Estadão

Loja física

Para Trajano, o varejo digital é uma realidade que não tem como ficar de fora, mas as lojas físicas devem continuar a existir com um formato mais moderno. “Em Belém, a gente vende na internet e entrega em duas horas na loja física. Quando você digitaliza, tem menos caixa, mas tem mais estoquista. Acredito que essa mistura e a multicanalidade vai perdurar no Brasil por muito tempo”, disse Trajano.

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Ela comentou que outras empresas predominantemente digitais, como a Amazon e a Alibaba, têm apostado neste formato. Trajano também afirmou que a diferença de preço dos produtos no site e na loja física não existe mais. “Antigamente, a gente tinha que vender muito mais barato no site, porque o site dava prejuízo. Agora, acabou isso e não tem mais diferença”, completou.

Durante o evento, a PwC apresentou resultados de pesquisas sobre o consumo no setor do varejo e estratégias para segurança cibernética./Com Amélia Alves e Carolina Maingué Pires

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