RIO - Às vésperas de ser empossada na presidência da maior empresa do Brasil, Magda Chambriard tem ido regularmente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde conversa com a presidente interina, Clarice Coppetti, e outros empregados. A meta, que Magda já deixou clara para os que a encontraram, é acelerar o Plano Estratégico 2024-2028 e entregar o que Brasília está esperando.
Os conflitos vividos desde os primeiros dias pelo presidente anterior, Jean Paul Prates, que brigou para conseguir nomear pessoalmente os diretores, não serão repetidos, na avaliação de fontes próximas ao assunto. A função de nomear conselheiros e diretores é do conselho de administração da empresa, onde o governo é maioria, e Magda deverá respeitar a hierarquia.
Após a posse de Prates, em janeiro de 2023, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, evocou o direito de nomear também os diretores, além dos indicados ao conselho, o que causou a primeira grande briga pública entre os dois, em março, seguida de inúmeras outras que culminaram com a demissão de Prates neste mês.
“Magda é muito centrada no rito, tem feito reuniões, mas não usa a sala da presidência”, informou uma pessoa que acompanha a transição. “Deve sugerir novos nomes para a diretoria, mas quem vai dar a palavra final é o conselho”, explicou.
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Mudanças na diretoria são inevitáveis, segundo apurou o Estadão/Broadcast, mas os nomes terão que passar pelo crivo dos conselheiros. Pelas mãos da nova presidente, apenas gerentes executivos podem ser trocados sem a aprovação do órgão máximo da companhia.
Um dos nomes que deve ficar é do diretor de Sustentabilidade e Transição Energética, Maurício Tolmasquim. A dúvida é quem será o substituto de Sergio Caetano Leite, ex-diretor Financeiro e de Relações com os Investidores que tinha um bom acesso com o mercado.
“Teremos uma semana de boas notícias. Ela vai trabalhar para dentro, ao contrário do Jean Paul, que trabalhava para fora”, disse uma pessoa a par das mudanças, referindo-se à série de viagens dentro e fora do País do ex-presidente da estatal e a grande exposição nas redes sociais.
Refino
A decisão tomada na quarta-feira, 23, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de recuar da decisão de obrigar a Petrobras a vender refinarias, vai facilitar as negociações de Magda para a volta da estatal à refinaria baiana, uma das maiores cobranças dos petroleiros e do Planalto.
Outra marca que a executiva deverá deixar logo no início da gestão, segundo avaliação de pessoas de dentro da Petrobras, será a aceleração da implantação do Plano Estratégico 2024-2028, que teve pouca realização no primeiro trimestre. O plano inteiro prevê investimentos de US$ 102 bilhões, mas, nos primeiros três meses de 2024, foram aplicados US$ 3 bilhões.
A previsão é que Magda seja aprovada como a nova presidente da Petrobras na reunião do conselho de administração nesta sexta-feira, 24. Na quarta, o Comitê de Pessoas, que funciona como Comitê de Elegibilidade (Celeg), concluiu a análise da indicação de Magda para os cargos de conselheira de administração e de presidente da Petrobras, e considerou a executiva apta para ambos os cargos.
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