Os cinco maiores shoppings virtuais responderam no ano passado por quase 80% das vendas do comércio online brasileiro. Juntos, Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza, Via e Amazon faturaram R$ 203,4 bilhões. A cifra, que inclui vendas de produtos de estoque do próprio varejista e de terceiros, representou no ano passado 78% do e-commerce nacional.
A informação faz parte do ranking das 300 maiores varejistas em faturamento feito pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). O estudo avaliou a fatia dos marketplaces em relação às vendas totais online apuradas pela consultoria NielsenIQ.
“O peso e a relevância das grandes plataformas explodiram na pandemia e não pararam de crescer, mesmo num ano no qual o e-commerce avançou menos do que o varejo”, afirma Alberto Serrentino, vice-presidente da SBVC e responsável pelo estudo.
Na 9ª edição do levantamento, pela primeira vez o Mercado Livre, o maior marketplace do varejo nacional, informou o volume de vendas. A empresa, de origem argentina, que liderou a lista dos shoppings virtuais, faturou no País R$ 80,5 bilhões no ano passado.
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Na sequência, estão Americanas (R$ 44,3 bilhões), Magazine Luiza (R$ 43,3 bilhões), Via (R$ 20,5 bilhões) e Amazon (R$ 14,6 bilhões). Os dados das Americanas são anteriores à crise que atingiu a empresa após a revelação de inconsistências contábeis, em janeiro deste ano.
Eduardo Terra, presidente da SBVC, ressalta que, pela primeira vez, foi estimado quanto a Amazon vendeu no País. A projeção foi feita com base na venda de redes de segmento e perfil similares ou o faturamento divulgado pelas empresas em publicações setoriais.
O estudo também traz o ranking das dez maiores varejistas online, considerando apenas o faturamento obtido com estoque próprio. Essa lista é liderada pelo Magazine Luiza. A varejista de Franca (SP) vendeu no ano passado R$ 27,9 bilhões no varejo online. Na sequência estão Americanas (R$ 18,7 bilhões), Via (R$ 15,2 bilhões), Amazon (R$ 9,4 bilhões) e a Shein (R$ 7 bilhões), esta última também estreante no ranking.
Digitalização acelerada
Serrentino destaca a forte digitalização do varejo brasileiro. Das 300 maiores varejistas, 74% vendem online. Essa fatia sobe para 91%, sem considerar as empresas que não comercializam alimentos. Nos supermercados, esse índice está em 57%. “A pauta online está contaminada para baixo pelo varejo alimentar, porque tem empresa que não vende pela internet”, observa.
Outro ponto de destaque é a diversificação dos canais online. No geral, 39% das varejistas online vendem por meio do WhatsApp. Quando se exclui o comércio de alimentos, esse índice sobe para 57%.
O grande destaque é o setor de materiais de construção, onde o comércio por meio do aplicativo de mensagens é uma realidade para 70% das varejistas desse segmento. “Legado da pandemia foi a multiplicação das vendas digitais não só por meio do e-commerce”, diz Serrentino.
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