Um dos antigos ícones do luxo de São Paulo, tendo sido palco até de um show de Frank Sinatra e hospedado ninguém menos do que Madonna, poderá ficar à disposição de meros mortais. Isso porque o Hotel Maksoud Plaza, fechado em 2021 após 42 anos de funcionamento, vai realizar um leilão online de todos os seus bens móveis. Os lances, que começaram nesta segunda-feira, 15, podem ser feitos de forma online até o dia 22, às 10h. O evento é organizado pela FCR Leilões.
Entre os itens disponíveis estão cadeiras, armários, mesas de cabeceira, colchões, móveis para jardim, itens de cozinha, além de equipamentos como frigobares, máquinas de lavar profissionais, fornos industriais, passadeiras elétricas, computadores, entre outros.
Após a arrematação do lote, o arrematante deverá realizar o pagamento em até 24 horas e contatar a FCR Leilões. A retirada de mercadorias só será autorizada após comprovação e confirmação do pagamento pelo leiloeiro. Mais informações neste link. Um segundo leilão, judicial, ocorrerá entre os dias 22 e 31 de agosto.
Uma longa crise
O leilão dos móveis do hotel ocorre depois de décadas de brigas judiciais, que incluíram até a “ressurreição” do fundador Henry Maksoud em papéis assinados por ele em 2015, apesar de ele ter morrido em 2014, como mostrou reportagem do Estadão.
O patrimônio deixado por Henry Maksoud era avaliado em cerca de R$ 500 milhões, e incluía o edifício onde funcionava o Maksoud Plaza. Há, porém, muitas dívidas trabalhistas e com credores que reduziriam este montante. Além disso, o próprio prédio foi a leilão em 2011.
Na época do leilão do edifício, os empresários Fernando Simões e Jussara Simões, da Júlio Simões Logística (JSL), arremataram o edifício como pessoas físicas. Desde então, iniciou-se uma briga pela propriedade. Em dezembro de 2019, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou esse leilão válido, mas a família continua a recorrer.
A disputa pela herança colocou, durante anos, em cantos separados pai e filho: no caso Henry Maksoud Neto e Roberto Maksoud. Um documento assinado pelo avô deu ao neto os direitos sobre a herança. Mas os filhos do primeiro casamento de Henry Maksoud, Roberto e Cláudio, afirmam que a assinatura é falsa e o documento não tem valor legal.
Nos últimos 15 anos de vida do hotel, foi Maksoud Neto quem tocou a operação, mas sem conseguir tirá-la da má situação. Em 2020, o Hotel Maksoud entrou em recuperação judicial.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.