O governo da Malásia disse na quinta-feira, 10, que todos os produtos da Swatch que contêm elementos lésbicos, gays, bissexuais, transgêneros ou queer - incluindo relógios, embalagens e caixas - foram proibidos, alertando que qualquer pessoa encontrada com um pode ser presa por até três anos.
A proibição foi publicada no Diário Oficial como parte de uma lei de impressão que inclui distribuição e posse, citando preocupações de que tais produtos sejam prejudiciais à moralidade do país.
A Malásia, que é predominantemente muçulmana, já criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo, com punições que vão desde a surra sob as leis islâmicas até 20 anos de prisão por sodomia sob as leis civis da era colonial.
Em maio, as autoridades invadiram as lojas Swatch e confiscaram mais de 160 relógios de sua coleção Pride (Orgulho, em português). Alguns dos relógios têm as cores do arco-íris, enquanto outros têm uma das seis cores que aparecem na bandeira do orgulho gay, além de detalhes de arco-íris nas suas tiras.
A Swatch contestou as alegações de que os relógios eram prejudiciais, dizendo que eles carregavam uma mensagem de paz e amor. A relojoaria suíça processou o governo por danos e pela devolução dos relógios.
A declaração do governo disse que os produtos são “prejudiciais, ou possivelmente prejudiciais, à moralidade, interesse público e interesse nacional, promovendo, apoiando e normalizando o movimento LGBTQ que não é aceito pelo público em geral”. Qualquer pessoa encontrada em posse de tais produtos Swatch pode pegar até três anos de prisão ou multa de até 20 mil ringgits (R$ 21,4 mil).
Em julho, o governo interrompeu um festival de música em Kuala Lumpur depois que o vocalista da banda britânica The 1975 beijou um colega de banda durante sua apresentação em protesto contra as leis antigays do país. A filmagem do beijo foi postada nas redes sociais e gerou uma reação. A Malásia também baniu o grupo do país. A banda posteriormente cancelou seus shows em Jacarta e Taipei. / AP
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