O empresário indiano Vilay Mallya, de 68 anos, é o proprietário de uma réplica da Casa Branca construída no alto do Kingfisher Towers, em Bangalore, na Índia, que custou US$ 20 milhões (R$ 102,5 milhões). Apesar do investimento que fez, ele não pode morar na mansão devido às suas pendências com a Justiça local. Ele vive em Londres em 2016 para escapar das acusações de crimes financeiros, já que se estiver em sua terra natal e for condenado, seus bens podem ser confiscados.
Considerado o homem com maior patrimônio líquido da Índia em 2013, segundo a Forbes, ele é, segundo as suas palavras, um entusiasta do esporte e foi dono da Force Índia, uma equipe de Fórmula 1 que chegou à 4ª posição do Campeonato dos Construtores em 2016 e 2017. Além disso, gosta muito de críquete, o esporte mais popular na Índia, e atualmente é dono do Royal Challengers Bangalore (RCB), que disputa a liga principal do esporte em seu país. Por vezes ele publica fotos em suas redes sociais com os jogadores do time.
A fonte da fortuna de Mallya vem da United Breweries Group, herança de família. O empresário sempre teve excelentes condições financeiras e ostentava um estilo de vida extravagante. Com a morte do pai, ele assumiu os negócios da família aos 28 anos. O grupo cresceu mundialmente, principalmente pelo sucesso da cerveja Kingfisher, segundo a publicação Business Standart.
Entre outros, a empresa produz a Heineken na Índia. Filho único e pai de quatro filhos, ele já foi casado duas vezes e estudou artes e ciências na Universidade de Calcutá, na Índia. Ele também já ocupou o cargo de integrante do Parlamento indiano por dois mandatos.
Com o objetivo de ampliar os seus negócios, ele criou a Kingfish Airlines em 2005 e depois investiu na Fórmula 1. No ano de 2012, vendeu o controle acionário da United Beverages Group à gigante Diageo.
No ano de 2013, Vijay Mallya era o homem com maior patrimônio líquido da Índia, com US$ 750 milhões à época, segundo a Forbes.
A queda
Sua derrocada financeira se deu com os problemas da sua empresa aérea, fechada em 2012. Ao ser lançada, a proposta da Kingfish Airlines era a de ser uma companhia aérea de baixo custo, oferecendo aviões em classe única para voos curtos. Logo depois da criação da empresa, Vijay ampliou o modelo de negócios e optou por oferecer primeira classe nas aeronaves e serviços de luxo. Com a fusão da Kingfisher Airlines com a Air Decca, Vijay mirou o mercado internacional e chegou a rivalizar com a Air Índia. Assim como o crescimento da empresa, que demandou a compra de novas aeronaves, sua dívida também acompanhou essa evolução.
Entretanto, a grande recessão iniciada nos EUA em 2008 se espalhou também para a Índia, fazendo com que a demanda pela companhia fosse reduzida, segundo sites especializados em aviação, tais como o FlightAware.
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Segundo a Forbes, a empresa aérea deve US$ 1 bilhão só para bancos. Além disso, os funcionários não receberam até hoje. É devido a isso que Vijay é acusado em seu país por fraude e lavagem de dinheiro.
Ele deixou a Índia rumo ao Reino Unido em 2016, no dia em que um grupo de bancos entrou com uma ação no Tribunal de Recuperação de Dívidas. e declarado infrator econômico fugitivo em 2019. O governo indiano tenta, desde 2019, extraditar o milionário, até agora, sem sucesso. Essa situação não o impediu de erguer a réplica da Casa Branca (abaixo) .
Netflix
A história de vida do magnata virou alvo de uma biografia e uma série disponível na Netflix, denominada “Bad Boys e Bilionários”, que conta a história de milionários indianos que também possuem histórico de ganância, fraudes e corrução, segundo descrição do serviço de streaming.
Além de Vijay, a minissérie da Netflix aborda a história de outros dois milionários indianos que também possuem histórico de ganância, fraudes e corrução, segundo descrição do serviço de streaming. O primeiro episódio, com o título “O Rei da Farra”, é sobre a vida de Vijay.
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