Márcio França volta a descartar privatização do Porto de Santos

“Não concordo que autoridade portuária seja vendida em hipótese alguma”, disse ministro de Portos e Aeroportos

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Foto do author Amanda Pupo

BRASÍLIA - O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), voltou a falar nesta sexta-feira, 20, que descarta a venda de autoridades portuárias, como no caso do Porto de Santos. “Não concordo que autoridade portuária seja vendida em hipótese alguma”, disse em entrevista à CNN Brasil. Mais cedo, em conversa com a BandNews, ele mencionou também que o governo tem “alternativas mais rápidas” para tirar do papel a obra do túnel seco para ligar Santos a Guarujá.

Márcio França (PSB) descarta a venda de autoridades portuárias Foto: Lucas Baptista/Estadão

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Na modelagem de privatização do Porto de Santos criada no governo Bolsonaro, a construção do túnel seco era uma das obrigações do operador que arrematasse o ativo. “Então o túnel vai dar, temos alternativas mais rápidas e mais fáceis do que foi pensado no governo anterior”, disse França.

Na semana passada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para interceder pela realização do megaleilão, desenhado em sua gestão como ministro da Infraestrutura de Bolsonaro. Tarcísio afirmou que o presidente não fechou as portas sobre o leilão. “Não descartou, pelo contrário, abriu o diálogo”, disse.

Márcio França afirmou ainda que o governo Bolsonaro conseguiu privatizar apenas uma autoridade portuária em quatro anos -a Codesa, no Espírito Santo-, mencionando que a pasta está olhando a documentação do caso. “E, além disso, no único país fora que foi feito (privatização), toda a parte de locação dos espaços públicos subiu 900%”, disse o ministro.

Ele também reforçou as críticas ao modelo de concessão de aeroportos, e citou os três pedidos de devolução apresentados pelas concessionárias de São Gonçalo do Amarante, de Viracopos e do Galeão. “No mesmo governo, várias das licitações que foram feitas, sete lotes de aeroportos, para se ter noção hoje três desses aeroportos querem ser devolvidos”, disse ele. Esses aeroportos, contudo, não foram licitados no governo Bolsonaro. Todos os leilões foram efetuados ainda na gestão de Dilma Rousseff (PT).

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“Os proprietários, diga-se de passagem, eram autoridades de outros países, veja a incongruência, não estamos desestatizando, mas internacionalizando, como se vendesse pedaço do país para Inglaterra, França. Por que nossa Infraero não pode gerenciar?”

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