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Qual o currículo de Marcio Pochmann, polêmico economista indicado pelo governo para presidir o IBGE

Formado pela UFRJ e com doutorado pela Unicamp, ele é visto como integrante da ala radical do PT

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Por Redação

O economista Marcio Pochmann, indicado pelo governo Lula para comandar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é gaúcho de Venâncio Aires, município a 130 km da capital Porto Alegre. Ele tem 61 anos e se formou em 1984 pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG). Aos 24 anos mudou-se para Campinas, no interior de São Paulo, onde se casou e tem dois filhos.

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Amplamente criticado por economistas e políticos pela indicação, Pochmann já escreveu livros e artigos, ganhou prêmios e ocupou alguns cargos públicos, além de tentar a vida política algumas vezes, sem sucesso.

É considerado um integrante da ala mais radical do PT e, portanto, preocupa os liberais quanto a um possível risco de aparelhamento político no IBGE, responsável pela divulgação de índices importantes como inflação, desemprego e PIB. Isso sem contar sua administração no Ipea, onde teria demitido e censurado quadros técnicos e qualificados, colocando ideologias à frente de fatos, dados e evidências, segundo especialistas.

Pochmann fez pós-graduação em Ciências Políticas pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal e, em 1993, concluiu doutorado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Passou a lecionar na instituição em 1989, onde também foi pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho do Instituto de Economia.

Mesmo após se aposentar em 2020, ele continuou na Unicamp como professor colaborador. Sempre teve carreira acadêmica dedicada a pesquisas nas áreas de economia social e do trabalho, desenvolvimento, relações do trabalho e políticas públicas e relações. O economista participou da criação dos programas sociais Bolsa Família e Brasil Sem Miséria.

Pochmann tentou se candidatar a cargos políticos, mas não teve sucesso Foto: NILTON FUKUDA / ESTADÃO

Seu primeiro cargo político foi durante o governo de Marta Suplicy, então do PT, na Prefeitura de São Paulo, quando dirigiu a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade e 2011 a 2004.

Entre 2007 e 2012, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cargo que deixou para concorrer, pelo PT, à Prefeitura de Campinas. Chegou ao segundo turno no pleito, que foi vencido por Jonas Donizette (PSB).

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Tentou a vida política em mais duas ocasiões, de novo para prefeito em Campinas, em 2016, ficando em terceiro lugar, e depois em 2018, quando disputou uma vaga a deputado federal por São Paulo. Nesse período, também coordenou o programa econômico da campanha de Fernando Haddad à presidência, pleito vencido por Jair Bolsonaro.

Também foi presidente da Fundação Perseu Abramo de 2012 a 2020, braço acadêmico do PT, e depois do Instituto Lula.

Entre 1999 e 2020 escreveu 32 livros, além de publicar, organizar e editar pelo menos mais duas dezenas. Recebeu três prêmios Jabuti, em 2002, 2007 e 2008. Seu último livro, “O Neocolonialismo à Espreita”, foi lançado em 2021.

Conforme seu currículo publicado na página do Centro de Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNpQ), Pochmann publicou 138 artigos científicos, alguns deles na mídia brasileira. É assíduo usuário no Twitter, onde faz postagens quase que diariamente. Uma delas foi uma crítica ao PIX, uma das grandes revolução do sistema bancário brasileiro.

“Com o Pix, [o] Bacen concede mais um passo na via neocolonial à qual o Brasil já se encontra ao continuar seguindo o receituário neoliberal. Na sequência, vem a abertura financeira escancarada com o real digital e a sua conversibilidade ao dólar. Condição perfeita ao protetorado dos EUA”, disse ele, na rede social.

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