Três carros sob as águas das chuvas!

Deve existir alguma atração fatal entre meus carros e as enchentes da zona oeste de São Paulo. Ontem tive mais um alagado na região. É o terceiro. Não devo ser a única vítima de perdas em série ali, já que essa área da cidade parece condenada pelas águas torrenciais. Embora este ano tudo esteja bem mais difícil, não se trata de situação inédita nesse canto da metrópole.

PUBLICIDADE

Publicidade
Atualização:

Dois carros ficaram sob as águas da chuva nos últimos dois anos. Um nas Perdizes e outro na Vila Leopoldina, agora no domingo. Mas, o primeiro deles, enfrentou a ira da chuva há bem mais tempo. Ficou submerso na garagem de um prédio no Butantã antes da canalização do Pirajuçara, finalizada em 2004.

PUBLICIDADE

O primeiro era um Fiat Pálio. Tinha cor azul céu e, literalmente, acabara de tirá-lo da concessionária. Eu estava em um apartamento no Butantã, na rua Santa Rosa, travessa da avenida Vital Brasil na altura do Instituto Butantan. Região que, na época, era castigada por enchentes creditadas ao córrego Pirajuçara, um afluente da margem esquerda do Rio Pinheiros, com cerca de 18,5 km de extensão.

Eu estava orgulhosa da minha aquisição. Era a primeira que fazia por minha conta e risco. Até então, casada, o marido assumia o controle da frota caseira. Eu me limitava a encher o tanque. Fiquei arrasada ao ver o "meu bonitinho" tomado por água barrenta. A garagem do prédio tinha virado uma piscina de lama. Tive ímpeto de chorar, mas me limitei a correr atrás do prejuízo. Os seguros não tinham cláusula contra enchentes. Foi uma perda e tanto.

Anos depois, em janeiro de 2009, fui encontrar amigas no cinema do shopping Bourbon, na rua Turriassu. Nem preciso dizer que ela virou um rio que passou pela minha vida e levou meu Honda Fit. Este, pelo menos, já tinha três meses de uso. Parece piada. Mas não é. A seguradora deu perda total. Ele foi praticamente destruído.

Crédula que minha conta com São Pedro estava quitada, no último domingo, parei meu Honda (este já tem quase dois anos de uso) na rua Passos da Pátria, na Vila Leopoldina, para uma tarde entre amigos. Após um aguaceiro monumental, percebi que ainda não tinha quitado meus débitos. Vou ter que trocar todo o carpete, já que a água chegou "apenas" na altura dos bancos. A parte eletroeletrônica não deve ter sido afetada. Mas o carro está na concessionária à espera da Bradesco Seguros para ser desmontado e avaliarem o tamanho do estrago.

Publicidade

Imagino o que muitos estão pensando nesse momento: pare de circular na zona Oeste! Estou considerando essa alternativa. Mas será que adianta?

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.