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Opinião | É hora de transformarmos compromissos climáticos em realidade

Lançamento do Capítulo Brasil do Women Leading on Climate é um chamado à ação para nós, mulheres e meninas de todo mundo, agirmos juntas contra as mudanças climáticas

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Foto do author Marina Grossi
Por Marina Grossi, María Mendiluce e Catherine McKenna

Depois do reconhecimento das mulheres na gestão e desenvolvimento ambiental durante a Rio 92, do protagonismo feminino para definição do Acordo de Paris, na COP-21, ou mais recentemente, na ação de mulheres líderes para a aprovação do texto de aceleração da transição energética e redução do uso de combustíveis fósseis, na COP-28, nossa ambição é adicionar mais um importante marco nessa grande jornada com o lançamento do Capítulo Brasil do Women Leading on Climate, que ocorreu em setembro, durante a Semana do Clima de Nova York.

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O evento, que neste ano trouxe como tema o chamado ‘It’s time’, que reflete o senso de urgência, e reitera a necessidade de ações concretas para limitar o aumento global da temperatura a 1,5°C, se mostrou o momento ideal para convocarmos as mulheres e meninas ao redor do mundo para este chamado à ação. O protagonismo do Brasil, enquanto presidente do G20, neste ano, e sede da COP-30, em 2025, é um importante catalisador de oportunidades para a agenda climática global.

Adicionalmente ao contexto mundial, o Capítulo Brasil do Women Leading on Climate busca conectar esses diversos canais às vozes regionais engajadas com as especificidades locais, para impulsionar a agenda do clima no País — e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), experiente em atuar em conjunto com o setor público, e a We Mean Business Coalition (WMBC) serão responsáveis por reunir as lideranças femininas mais representativas do setor empresarial e da gestão pública, como Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, para a construção de mensagens-chave e pontos a serem endereçados para o avanço na prática.

Para autoras, Brasil precisa acelerar a transição energética e ampliar fluxos financeiros para o Sul Global e a natureza Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agencia Brasil

Por essência, a participação feminina potencializa a inclusão, gerando ambientes de confiança, diálogo e pluralidade — seja em mesas de negociação, na escuta às comunidades ou na proposição de políticas públicas viáveis. Nosso poder de clareza e execução diante das complexidades é grande e, para avançar na prática, atuamos na intersecção de setores, ativando uma rede mundial de mulheres em cargos de liderança. Nosso objetivo é promover parcerias que contribuam para que as demandas do setor empresarial sejam apresentadas aos governos, buscando torná-las coerentes às ambições climáticas propostas, direcionando as políticas a serem implementadas e os investimentos a serem feitos.

Chegou a hora de ir além. Com a COP-30, a primeira em solo amazônico, e a gravidade das crises climáticas no Brasil, como os incêndios que assolam o país, e seguem destruindo florestas e emitindo os maiores percentuais de CO₂ do mundo na atmosfera, esse é o momento em que o Brasil deve tomar a responsabilidade para si e não só reverter esse cenário, mas mostrar ao mundo que é capaz de manter a meta de 1,5°C viva. Para tanto, precisamos acelerar a transição energética, além de ampliar fluxos financeiros para o Sul Global e a natureza, conduzindo os incentivos para recuperar e fortalecer nossas riquezas naturais e cadeias produtivas.

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Por meio da Women Leading on Climate, queremos promover um legado consistente de desenvolvimento sustentável, e o Capítulo Brasil abrirá portas para engajarmos cada vez mais mulheres, que fazem a diferença no apoio a outros países-chave em suas ambições climáticas, e inspirarmos pessoas de qualquer gênero a caminhar conosco. Nossa urgência é necessária para que os impactos que já estamos sentindo possam ser reduzidos, e os compromissos que assumimos estejam próximos de serem concretizados por meio de alianças sólidas. O futuro depende de todos nós, juntos.

Fazem parte da iniciativa Women Leading on Climate, Capítulo Brasil, as executivas:

  • Cláudia Prates - Chefe do Departamento de Transição Climática no BNDES
  • Ilona Szabó - Presidente e cofundadora do Instituto Igarapé
  • Izabela Teixeira - Senior Fellow para Sustentabilidade, Mudanças Climáticas e Agricultura no CEBRI
  • Leany Lemos - Membro do Conselho de Estratégia, Governança e Finanças Públicas, Ex-Secretária Nacional de Planejamento
  • Lilian Chagas - Diretora de Clima no Ministério das Relações Exteriores do Brasil
  • Luciana Costa - Diretora Executiva de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas no BNDES
  • Luciana Ribeiro - Sócia Fundadora da EB Capital
  • Maria Netto - CEO do Instituto Clima e Sociedade (ICS)
  • Natália Dias - Pesquisadora sênior do CEBRI
  • Renata Amaral - Secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Ministério do Planejamento e Orçamento
  • Renata Piazzon - Diretora Geral do Instituto Arapyaú
  • Solange Ribeiro - Vice-CEO da Neoenergia
  • Tania Cosentino - Diretora Geral da Microsoft Brasil
  • Tarciana Medeiros - Presidente do Banco do Brasil
  • Tatiana Prazeres - Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
  • Tatiana Rosito - Secretária de Assuntos Internacionais no Ministério da Fazenda do Brasil
  • Valeria Café - Diretora Geral do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa)
Opinião por Marina Grossi

Economista, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds)

María Mendiluce

CEO da We Mean Business Coalition

Catherine McKenna

ex-ministra canadense do Meio Ambiente e Mudança do Clima e fundadora da Women Leading on Climate

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