Marinho: Ciclo de aperto no juro foi ‘contratado’ na transição do BC e não permite ‘cavalo de pau’

O ministro do Trabalho diz que é necessário chegar a um ‘pacto’ para controlar a inflação aumentando a produção

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Foto do author Cícero Cotrim
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, repetiu nesta quinta-feira, 28, que o ciclo de aperto monetário agora conduzido pelo Banco Central foi “contratado” antes da transição no comando da autarquia. Ele parafraseou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente afirmou que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, não poderia fazer um “cavalo de pau” na política monetária.

“Não haverá cavalo de pau na economia, não se recomenda cavalo de pau na economia, portanto os processos estão sendo devidamente respeitados e, como o ministro (da Fazenda, Fernando) Haddad tem falado, há confiança do governo no presidente Galípolo e equipe e de fazer um processo de domar esse transatlântico para chegar no momento onde uma coisa não atrapalhe outra”, disse Marinho.

'O mundo real não quer dizer que é necessário gerar desemprego para controlar a inflação; aí faltaria inteligência', diz Marinho Foto: Wilton Júnior/Estadão

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O ministro argumentou, ainda, que Galípolo “fazia parte de uma equipe” em dezembro, quando o BC aumentou os juros em 1 ponto porcentual e sinalizou mais duas altas da mesma magnitude.

Em uma entrevista coletiva para comentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, Marinho disse que é necessário chegar a um “pacto” para controlar a inflação aumentando a produção.

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Ele criticou a visão de que seria necessário desacelerar a atividade econômica para fazer o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) convergir à meta — algo que o próprio BC já disse ser preciso. “O mundo real não quer dizer que é necessário gerar desemprego para controlar a inflação. Aí faltaria inteligência”, disse, acrescentando que o crescimento da economia é fundamental para que as pessoas não precisem viver de benefícios como o Bolsa Família.

Marinho disse que parte do problema da inflação vem da variação cambial, pelo que classificou como “nervosismo externo.” Ele afirmou que é necessário aumentar a produção para combater a elevação de preços.