ESPECIAL PARA O ‘ESTADÃO’ - Um hotel ecofriendly em uma charmosa rua dos Jardins, em São Paulo, e um moderno centro logístico à beira da Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos, embora distantes entre si e com finalidades distintas, têm, sim, coisas em comum. Ambos receberam o Prêmio do Master Imobiliário Categoria Profissional – Retrofit.
A Tati Construtora e Incorporadora foi responsável por transformar o Edifício Stella, um prédio residencial nos Jardins, no hotel Canopy by Hilton – o primeiro da marca na América do Sul. Arnaldo Goldstein, sócio-diretor da Tati, conta que, ao adquirir o Edifício Stella, a ideia já era pelo retrofit. A opção pelo hotel surgiu durante o estudo da região: a carência de acomodações com conforto aliada a serviços de alto padrão. “Assim começaram as conversas com o Hilton.”
A rede buscava hotéis com design moderno e ecofriendly em metrópoles da América Latina para a então recém-lançada marca Canopy. “Essa bandeira mantém a qualidade da marca Hilton, mas cada hotel é diferente do outro, valorizando as características locais”, conta Goldstein.
Eu sempre quis deixar uma marca para São Paulo. O prêmio traz esse reconhecimento.
Arnaldo Goldstein, sócio-diretor da Tati Construtora
Os apartamentos de 125 metros quadrados deram lugar a 17 pavimentos com 98 suítes que variam de 20 metros quadrados a 37 metros quadrados. O hotel conta, ainda, com lounge bar em seu topo, restaurante e bar térreo, academia, salas de reunião e eventos e um mezanino com mesas ao ar livre. “Tudo é decorado com artesanato brasileiro e peças de artistas locais para valorizar a cultura nacional”, afirma Goldstein. As fachadas do antigo edifício foram preservadas, mas receberam um toque de modernidade com grafites do artista de rua Speto.
O hotel preza pela sustentabilidade. Conta com placas solares para otimização de energia e diminuição do impacto ambiental. Nesse sentido, o sistema de ar-condicionado é compartimentado para garantir eficiência e, assim, redução do consumo de gás natural, que fornece a energia para o sistema.
Otimização de recursos foi o que guiou também a Brookfield Properties no projeto de retrofit que transformou o antigo galpão de distribuição da Riachuelo em um moderno centro logístico para abrigar empresas de diferentes tamanhos e setores. Fechado desde 2018, o galpão foi adquirido em 2020 e as mudanças começaram em maio de 2021.
O espaço possuía poucas docas e uma configuração muito distante das exigências logísticas atuais. “Ainda assim, optamos pelo retrofit para repaginar todo o espaço”, diz Hilton Rejman, vice-presidente executivo da Brookfield Properties. O primeiro passo foi reconfigurar o galpão original, criando uma larga avenida central no sentido longitudinal, dividindo-o em dois espaços distintos e eficientes.
“Conseguimos aproveitar entre 70% e 80% do que já estava construído. Criamos 130 docas e 56 vagas de estacionamento para caminhões. Também mantivemos o heliponto do local, que já é homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, diz Rejman.
O Master é o reconhecimento de que estamos no caminho certo ao optar pela sustentabilidade.
Hilton Rejman, VP executivo da Brookfield Properties
O material da demolição foi aproveitado na pavimentação e na construção de um terceiro galpão, ainda em obra. “Esse galpão, inclusive, recebeu a certificação LEED, que garante a sustentabilidade da obra”, afirma o executivo.
Selo
A certificação LEED - da sigla em inglês Leadership in Energy and Environment Design - é o selo ecológico com maior reconhecimento internacional. Trata-se de uma ferramenta que incentiva e acelera a adoção de práticas de construção sustentáveis.
Dos 70 mil metros quadrados já finalizados, cerca de 40%, ou 30 mil metros quadrados, foram locados pelos Correios. “A localização do empreendimento é extremamente valorizada, tanto que os Correios locaram antes mesmo de recebermos o Habite-se da fase 1 - agora já entregue”, diz Rejman, lembrando que o galpão logístico fica em Guarulhos, entre dois grandes polos consumidores: Rio de Janeiro e São Paulo.
Construídos no formato “big box”, os espaços podem ser fracionados em módulos de 5.000 metros quadrados a 15.000 metros quadrados. “Assim, podem ser alugados por uma única ou por várias empresas em busca de localização privilegiada”, diz Rejman.
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