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Rio de Janeiro: Do Porto Maravilha até a praia do Leblon, o preço sobe 210 vezes

Estúdio na zona portuária foi lançado por R$ 200 mil e cobertura à beira-mar foi vendida por R$ 42 milhões

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ESPECIAL PARA O ‘ESTADÃO’ - Porto Maravilha e Leblon são endereços de dois projetos cariocas premiados no Master Imobiliário: o popular Rio Wonder, da Cury, com moradia para mais de 1,2 mil famílias, e o Tom Delfim Moreira, da Gafisa, com apenas seis apartamentos, de altíssimo padrão. A caminhada é de 13 km entre as duas obras. De carro, leva meia hora. A distância dos preços é 210 vezes mais para a cobertura da Gafisa, de 500 metros quadrados e vendida por R$ 42 milhões, em relação ao estúdio de 30 metros quadrados da Cury, lançado por R$ 200 mil.

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Com três torres e 1.224 apartamentos em construção na zona portuária do Rio de Janeiro, o Rio Wonder deu prêmio de Oportunidade Estratégica para a Cury Construtora, que estimou um valor geral de vendas (VGV) de R$ 300 milhões.

Na zona sul, a Gafisa ganhou o troféu por Soluções Arquitetônicas com o Tom Delfim Moreira, no último terreno na orla do Leblon. O VGV de R$ 190 milhões estipula o valor recorde de R$ 100 mil por metro quadrado. A Delfim Moreira é a avenida à beira-mar com o metro quadrado mais caro do Brasil.

Guilherme Benevides, CEO da Gafisa, destaca três diferenciais do Tom Delfim Moreira. “Primeiro, é a localização”, diz, lembrando que havia muitos anos não era feito um lançamento em frente ao mar nesse trecho do Leblon.

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O segundo ponto é o projeto de arquitetura com a assinatura Gensler, um dos maiores escritórios de design do mundo, “retratando esse pensamento carioca de luxo”. Para fechar o tripé, Benevides cita “a galeria de arte” integrada ao projeto. O lobby abrigará escultura de Ernesto Neto e um quadro de Vik Muniz. Na calçada, haverá obra de Iole de Freitas e a empena da construção vai ter instalação dos Irmãos Campana.

Com linhas arredondadas, o Tom ganha destaque entre os prédios vizinhos, remanescentes do século passado. Sua fachada com varandas em curva mimetiza as ondas do mar. Terá quatro unidades com 284 metros quadrados, uma no primeiro andar, de 315 metros quadrados, e a cobertura duplex.

O Tom Delfim Moreira marca uma nova fase da Gafisa, argumenta Benevides, explicando que “a estratégia é se colocar como uma empresa de luxo focada na alta renda”. Há 68 anos no mercado, com 1.200 empreendimentos entregues, a empresa fez de tudo, de moradia popular a imóveis superluxo. “O Tom foi uma virada de chave na história da Gafisa”, afirma o executivo.

Fachada do Tom Delfim Moreira; empreendimento marca uma nova fase da Gafisa, de se colocar como uma empresa de luxo focada na alta renda.  Foto: Gafisa/Divulgação

Para Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial da Cury, o Rio Wonder é “emblemático na retomada do mercado residencial” e na redescoberta da região portuária.

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Criado por lei municipal em 2011, o projeto Porto Maravilha recebeu investimentos de R$ 5 bilhões do fundo FGTS da Caixa para reurbanização da zona portuária, inicialmente voltada para empreendimentos comerciais e corporativos.

Foi uma quebra de paradigma, segundo ele, trazer para essa região um residencial popular com a qualidade de empreendimentos modernos, com piscina, quadra de beach tênis e rooftop, aproveitando a vista da região, além de área de coworking e academia.

São 19 andares em cada uma das três torres, com estúdios (de 30 metros quadrados), 1 dormitório (35 metros quadrados) e 2 dormitórios, com metragem de 43 metros quadrados a 52 metros quadrados.

Para os jurados do Master Imobiliário, o projeto contribuiu para o progresso da reurbanização da zona portuária. “O Rio Wonder foi colocado no mercado após anos sem lançamentos na área do Porto Maravilha. A estagnação da região comprometia o maior projeto de revitalização já realizado na cidade”, diz o júri na justificativa da premiação. E complementa: “A correta análise mercadológica, que norteou o planejamento do empreendimento, e a ousadia da Cury foram contempladas com excepcional velocidade de vendas, resultando na comercialização em todas as etapas de lançamento e desbravando um novo e promissor mercado”.

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Mesquita conta que antes do primeiro residencial, havia o questionamento se as pessoas iriam querer morar na região do porto. A Cury, diz ele, acreditou no potencial da região, “com mobilidade, lazer e comodidade” para atrair moradores. Nesse sentido, os chamarizes, na visão do executivo, são o acesso rápido ao centro da cidade, a estrutura de drenagem da área e o cabeamento de internet. Nas imediações há atrações como o Boulevard Olímpico, o Museu do Amanhã, o AquaRio e a Roda Gigante. “São equipamentos que alteraram a região”, diz.

Além das três fases do Rio Wonder, de julho a setembro de 2021, a Cury apresentou dois novos projetos no primeiro semestre, somando mais 1,6 mil unidades. “Em um ano, foram 2.900 apartamentos lançados e 2.500 vendidos”, informa Mesquita. Segundo ele, as habitações lançadas na primeira fase foram vendidas por R$ 6,5 mil o metro quadrado. Hoje, o preço está em R$ 9 mil.

Venda de cobertura fica abaixo da barreira de R$ 100 mil o metro quadrado

O Tom Delfim Moreira foi lançado em setembro de 2021, com um preço médio de R$ 100 mil por metro quadrado, para as seis unidades residenciais. “Nenhum residencial no Brasil tinha superado essa barreira dos R$ 100 mil”, avalia o CEO da Gafisa, Guilherme Benevides. “Isso mostra a força do nosso projeto e reflete o quão forte é esse mercado de altíssimo luxo no Rio.” Em junho, foi noticiada a venda da cobertura duplex, de 500 metros quadrados por R$ 42 milhões, atingindo a marca de R$ 84 mil por metro quadrado. “A Gafisa não confirma nem divulga o preço”, diz Benevides. “O que posso dizer é que não é exatamente esse o valor.” A imobiliária Lopes, responsável pela venda da cobertura, ratifica o valor de venda, “intermediada em janeiro deste ano”, embora a notícia tenha saído em junho.

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