‘Conseguir grau de investimento tem de ser meta fundamental do governo’, diz Mercadante

O presidente do BNDES reconhece que a elevação de classificação do Brasil pela agência Moody’s deu ‘impulso importante’, mas há uma ‘lição de casa’ que o governo precisa fazer

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Foto do author Altamiro Silva Junior

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse na noite desta terça-feira, 22, que alcançar o grau de investimento tem de ser “meta fundamental” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “A Moody’s deu impulso importante, mas tem lição de casa que temos de fazer.”

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Mercadante afirmou que o Brasil tem vulnerabilidade fiscal importante e precisa ter muita responsabilidade nesse cenário. O País bateu recorde de arrecadação com impostos em setembro, com R$ 203 bilhões, o que ajuda a conseguir um superávit fiscal, mas o presidente do BNDES disse que é preciso ser realista. “Vamos ter de cortar despesas”, afirmou na abertura de evento da Bloomberg em São Paulo, que conta com a presença do fundador do grupo, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.

“Temos um grande desafio fiscal. Precisamos manter o crescimento para resolver o fiscal do Brasil”, disse Mercadante, falando que os pessimistas estão constantemente errando “demais” as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), que têm tido revisões recentes para cima. “Vamos disponibilizar linha de crédito para essas pessimistas comprarem calmantes”, brincou Mercadante.

Segundo Mercadante, BNDES está fazendo sua parte para ajudar nas contas públicas Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Ainda sobre o fiscal, Mercadante disse que o BNDES está fazendo sua parte para conseguir melhores indicadores nas contas públicas. Vai pagar ao governo R$ 25 bilhões em dividendos este ano, 150% do lucro do banco. Ao Tesouro, fora os impostos, vai pagar mais de R$ 40 bilhões este ano. “Queremos ajudar no arcabouço fiscal.”

Mercadante disse que não falaria sobre juros. “Vou ficar mudis, mas a Faria Lima está surdis”, disse ele, cobrando um diálogo mais “sincero, positivo e construtivo” sobre as taxas de juros no Brasil.

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