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Mercadinhos São Luiz, do Ceará, tem venda recorde sem abrir novas lojas

Rede de supermercados optou por melhorar os serviços e triplicar o centro de distribuição, olhando para futuras expansões em novos modelos de lojas

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Foto do author Márcia De Chiara
Atualização:

Sem abrir novas lojas em 2022, a rede de supermercados Mercadinhos São Luiz, do Ceará, conseguiu faturar o primeiro R$ 1 bilhão no ano passado e ampliar em 19% a receita ante 2021, segundo o ranking das 300 maiores varejistas listadas pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

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Com 23 pontos de venda, a cinquentenária rede varejista fez uma escolha diferente do que normalmente ocorre no varejo. No lugar de inaugurar pontos de venda, optou por melhorar os serviços prestados aos clientes e investir em infraestrutura, de olho na expansão dos negócios no futuro.

“O ano de 2022 foi de muito planejamento e identificação do cliente que queremos atingir”, afirma Severino Ramalho Neto, presidente do grupo. Ele é sobrinho de João Melo, que deu continuidade ao atacado de secos e molhados fundado em 1926 pelo pai, Luiz Melo, a Casa São Luiz. João inaugurou em 1972 a primeira loja de varejo, o Mercadinhos São Luiz. Com o falecimento de João em 2008, Ramalho Neto assumiu o comando da varejista.

Severino Ramalho Neto, CEO do grupo Mercadinhos São Luiz, do Ceará, que faturou o ano passado o primeiro bilhão de reais Foto: Herialdo Rocha Lima

O executivo conta que alcançar o primeiro bilhão não foi surpresa, pois já estava no radar, com duas frentes de trabalho. Nas 20 lojas, voltadas para o consumidor de maior renda, das classes A e B, por exemplo, a companhia acertou a pontaria para prestar mais serviços, como a venda de comida pronta e uma área de frutas, verduras e legumes bem administrada, por exemplo. “Food (comida) teve papel fundamental (no crescimento) e os perecíveis foram um diferencial.”

Ele conta que tem praticamente um restaurante dentro das lojas. E, apesar de esse segmento representar 6% do faturamento do ponto de venda, a comida pronta funciona como uma forma de atrair clientes. “É uma âncora da loja.”

Anos atrás, no entanto, a varejista percebeu que o seu crescimento seria limitado se o grupo tivesse só lojas voltadas para as classes A e B, como as do Mercadinhos São Luiz. “Devemos ter em torno de 20% das classes A e B no nosso mercado e a gente já atinge uma boa parcela desse número”, diz.

Do mercadinho ao mercadão

A decisão estratégica para garantir o crescimento da varejista foi criar um novo modelo de loja. Batizada de Mercadão, a nova bandeira começou a ser testada em 2016 e hoje já conta com três lojas nesse formato de um total de 23. O novo modelo mistura a loja de proximidade, na localização, com preços de atacarejo. “É uma loja de descontos de vizinhança”, resume Ramalho Neto.

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Nas lojas do Mercadão, são ofertados cerca de 5 mil itens dos 20 mil disponíveis no Mercadinhos São Luiz. Mas o preço é 10% menor. O público é a classe de menor renda, que é a maior parte dos consumidores da região Nordeste. “Com o Mercadão a gente dobrará o mercado no futuro.”

A varejista planeja acelerar a abertura de lojas nesse novo formato. A meta é chegar em 2026 com dez lojas do Mercadão, em novos pontos na Grande Fortaleza e do Estado do Ceará também. Para suportar essa expansão acelerada, a companhia neste ano investiu em infraestrutura. “Somos muito dependentes de logística e triplicamos nosso CD (Centro de Distribuição) agora para o novo boom de expansão”, explica Ramalho Neto.

Com a bandeira Mercadinhos São Luiz, a previsão é inaugurar de quatro a cinco lojas nos próximos três anos. E a companhia já estuda um terceiro formato de loja, com a Mini, só voltada para conveniência.

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