‘Mercado reage mal a qualquer nome do PT’, diz Barbosa sobre possível ida de Mercadante para o BNDES

Segundo ex-ministro da Fazenda, que integra o grupo de trabalho da Economia na transição, Mercadante faria um “ótimo trabalho em qualquer cargo”; Bolsa chegou a cair perto de 4% com rumores de nomeação

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Foto do author Marlla Sabino

BRASÍLIA - Ex-ministro da Fazenda e integrante do grupo de trabalho de Economia na transição, Nelson Barbosa avaliou nesta segunda-feira, 12, que a reação negativa ao nome de Aloizio Mercadante para comandar estatais no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se deve ao comportamento do mercado que, segundo ele, “reage mal a qualquer nome do PT”.

Barbosa qualificou Mercadante como um dos principais quadros políticos do PT e do Brasil e disse que o ex-senador teria capacidade de fazer um “ótimo trabalho em qualquer cargo”.

“O PT ganhou a eleição e acho que o Mercadante, assim como na semana passada já disse sobre o Haddad, é um dos principais quadros políticos do PT e do Brasil, foi ministro de diversas pastas e tem capacidade, eu tenho certeza, de fazer um ótimo trabalho em qualquer cargo”, afirmou a jornalistas quando questionado sobre o mal humor que marcou o dia em torno do nome de Mercadante.

O ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena os grupos técnicos de transição do novo governo, durante fala em Brasília/Foto: Adriano Machado/Reuters Foto: Adriano Machado/Reuters

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A Bolsa chegou a cair perto de 4%, com as ações da Petrobras com perdas de 5%, não apenas por causa da possibilidade de mudança na lei das estatais, como também com o temor de que Mercadante possa ocupar a presidência do BNDES ou da petroleira, conforme mostrou o Broadcast.

Barbosa afirmou que “as flutuações de mercado acontecem”, mas considerou que o ruído será eliminado “à medida em que o governo apresente os seus projetos e suas propostas”.

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Revisão da lei das estatais

Questionado se o relatório do GT de Economia tratava de mudanças na lei das estatais, o ex-ministro primeiro afirmou que a divulgação do teor do relatório caberia ao futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Depois, respondeu que o grupo, do qual Haddad faz parte, não havia debatido o tema.

“Eu não tenho opinião sobre isso, sinceramente, nós não trabalhamos diretamente esse tema”, respondeu Barbosa ao ser questionado sobre sua avaliação em torno de uma eventual revisão da lei das estatais.

Para Barbosa, isso seria um tema a ser avaliado pelo comitê do Ministério do Planejamento, que é onde está alocada a secretaria das empresas estatais.