BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “bastante expressiva” a captação de US$ 2 bilhões pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira, 13, com o lançamento dos títulos soberanos sustentáveis, a uma taxa de 6,5% ao ano.
Segundo o ministro, com a taxa alcançada, a operação contou com um spread (diferença entre os títulos brasileiros) implícito de 180 pontos, “típico de países com grau de investimento”, disse Haddad, comparando a taxa cobrada com o que é praticado, por exemplo, pelo México.
“É um dado relevante, porque o mercado internacional reconhece o Brasil como se o país tivesse grau de investimento, está cobrando taxa de juros comparável a um país como, por exemplo, o México, que tem grau de investimento. Só para você ter uma ideia, em pouco mais de seis meses, o spread caiu de 280 pontos para 160 pontos. Então caiu bastante o spread pago pelo Brasil do primeiro semestre para cá. E esse spread pago hoje é típico de países com grau de investimento. Independente da avaliação das agências de risco, para o mercado, o Brasil é um país que tem a credibilidade de um país com grau de investimento, uma coisa importante”, concluiu.
As economias com grau de investimento são consideradas mais seguras para investidores e, portanto, com menos risco de dar calote. Na prática, o país se habilita a receber uma série de investimentos de peso. A economia brasileira alcançou o grau de investimento em 2008, mas perdeu a classificação em 2015. Neste ano, duas agências de classificação de risco melhoraram a avaliação sobre a economia brasileira. Em junho, a S&P Global revisou a perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil, de estável para positiva. No mês seguinte, a Fitch elevou o rating soberano do País, de BB- a BB, com perspectiva estável.
O Tesouro Nacional estava monitorando o mercado externo nesta segunda-feira para possivelmente fazer sua primeira emissão de papéis voltados a projetos ESG (de padrões ambientais, sociais e de governança). Depois, o Ministério da Fazenda anunciou a emissão e informou que a captação é liderada pelos bancos Itaú BBA, J.P. Morgan e Santander para os títulos com vencimento em 2031.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.