As bolsas europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, impulsionadas por dados positivos de atividade manufatureira, principalmente nos EUA, e pelo resultado dos testes de estresse com os bancos da Espanha, que agradou os investidores. O índice Stoxx Europe 600 encerrou o dia com ganho de 1,4%, terminando aos 272,33 pontos, seu melhor desempenho desde 6 de setembro, quando o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, revelou detalhes de um novo plano para compras de títulos soberanos da zona do euro.Na sexta-feira (28), após o encerramento dos negócios na Europa, a Espanha anunciou que os bancos locais vão precisar de 40 bilhões de euros (US$ 51,6 bilhões) em recursos de ajuda da União Europeia para cobrir déficits de capital, segundo testes de estresse independentes, bem abaixo do número inicialmente estimado em 53,75 bilhões de euros. O resultado foi bem recebido pelos participantes de mercado.Também ajudou a sustentar as ações europeias nesta segunda-feira o índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial dos EUA, que avançou para 51,5 em setembro, de 49,6 em agosto, indicando expansão da atividade. Analistas ouvidos pela Dow Jones esperavam leve queda do indicador, para 49,5.Os PMIs da Alemanha, Espanha e Itália também vieram acima das expectativas no mês passado, mas todos permaneceram abaixo de 50, sugerindo que a atividade manufatureira continua em contração na Europa. Na zona do euro, o PMI subiu para 46,1 em setembro, de 45,1 em agosto, mas o dado marcou o 14% mês seguido de retração.Apesar dos indicadores favoráveis, permanece a preocupação de que a Moody''s rebaixe a Espanha para grau especulativo, já que o período de revisão dos ratings do país expirou na semana passada.Mais cedo, a Comissão Europeia disse que vai analisar a projeção revisada do déficit da Espanha de 2012, anunciado no fim de semana. Na ocasião, Madri estimou o déficit deste ano em 7,4% do Produto Interno Bruto (PIB), acima, portanto da meta estabelecida pelo governo em 6,3%, que já era maior que a meta da comissão, de 5,3%. Segundo o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia, Olli Rehn, não há negociações no momento para um pacote de resgate integral para a Espanha.Em Londres, o índice FTSE 100 subiu 1,37% e fechou aos 5.820,45 pontos. A Xstrata avançou 2,4% depois de seu conselho de administração recomendar aos acionistas da empresa que votem a favor da oferta melhorada de aquisição feita pela Glencore. Já AstraZeneca recuou 1% após anunciar a suspensão de recompra de ações.O índice CAC 40, de Paris, teve ganho de 2,39%, encerrando aos 3.434,98 pontos. Crédit Agricole, com alta de 7,4%, foi o principal destaque desta segunda-feira no mercado francês, após anunciar que iniciou negociações exclusivas com o Alpha Bank para vender o Emporiki Bank of Greece. Ainda no setor financeiro, Société Générale saltou 3,9%.Em Milão, o índice FTSE Mib registrou o melhor desempenho na Europa, com uma alta de 2,83%, terminando em 15.523,10 pontos, a máxima do dia. A bolsa italiana teve suporte dos bancos UniCredit (+3,3%), Generali (+4,3%) e Intesa Sanpaolo (+4,4%).O índice Ibex 35, de Madri, avançou 0,98% e fechou aos 7.784,10 pontos, com investidores esperançosos de que a Espanha logo poderá receber ajuda, apesar de Rehn dizer que não há negociações em curso, mas afirmar também que a UE está "pronta, disposta e preparada para agir", se necessário. O Banco Popular caiu 6,2%, ficando entre as únicas cinco ações que caíram nesta sessão, após anunciar um aumento de capital para cobrir seu déficit.Em Frankfurt, o índice Dax subiu 1,53% e terminou aos 7.326,73 pontos, impulsionado pela Infineon (+4,5%), Commerzbank (+3,0%) e HeidelbergCement (+2,9%). No mercado português, o índice PSI 20 apresentou a menor alta do dia, de 0,63%, fechando a 5.235,24 pontos.Entre bolsas menores, a de Atenas encerrou o pregão com ganho de 0,7%, com o índice ASE a 744,42 pontos, apesar de notícias de que a troica de credores da Grécia está questionando cerca de 2 bilhões de euros em medidas do pacote de austeridade, no valor de 13,5 bilhões de euros, apresentado pela coalização tripartite do país. As informações são da Dow Jones.
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