Bovespa aprofunda queda durante a tarde desta sexta

Às 16h00, o Ibovespa registrava baixa de 2,08%, aos 66.637 pontos

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Por Luciana Collet (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O mau humor dos investidores com a inflação e a perspectiva de crédito no Brasil continuam a pressionar a Bovespa, particularmente nos papéis das construtoras, empresas ligadas ao consumo doméstico e bancos. Embora analistas identifiquem oportunidades de compra de alguns papéis que foram muito penalizados nos últimos dias, o que se observa hoje é a continuidade do movimento de realização de ganhos acumulados, inclusive nas ações de empresas que possuem fundamentos positivos, como a Vale.

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Às 16h00, o Ibovespa registrava baixa de 2,08%, aos 66.637 pontos, após atingir a mínima de 65.897 (-3,16%). A máxima do dia, de 68.182 pontos (+0,19%), foi alcançada pouco após a abertura. O giro financeiro era de R$ 5 bilhões, com previsão para atingir os R$ 6,31 bilhões no encerramento da sessão. Em Nova York, o Dow Jones operava com baixa de 1,20%, enquanto o S&P 500 cedia 1,43%.

O destaque do pregão é mais uma vez da Usiminas, que lidera as altas do Ibovespa, com ganhos de 2,49% na ação ON, dando continuidade à valorização registrada ontem depois que a CSN informou ter elevado sua participação no capital social da Usiminas por meio de aquisições de ações ordinárias, passando a deter, direta e indiretamente, 5,03% das ações dessa classe. A participação da CSN em ações preferenciais se mantém em 4,99%.

Em comunicado, a CSN informou que "está avaliando alternativas estratégicas com relação a seu investimento na Usiminas, incluindo possíveis aquisições adicionais de ações superiores aos valores mencionados", as quais "poderiam levar a alterações na composição do controle ou na estrutura administrativa da Usiminas."

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O movimento da siderúrgica de Volta Redonda levou diversos investidores a também buscar posições da Usiminas, aproveitando também o preço considerado baixo para o papel, muito embora diversos analistas do setor considerem que o cenário ainda é negativo para a empresa, com projeções de um fraco 1º trimestre de 2011 e recuperação da lucratividade apenas na segunda metade do ano.

Apesar dos dados positivos da economia norte-americana, outras produtoras de commodities registram baixa hoje na Bolsa. É o caso da Vale, cuja ação PNA cede 2,5% e a ON cai 2,74%.

Além da indicação positiva vinda dos EUA, China também dá sinais de que o mercado o minério de ferro segue em expansão. Hoje o preço do insumo no mercado à vista (spot, em inglês) para entrega à China alcançou seu maior nível desde abril de 2010 - de US$ 191 a tonelada -, de acordo com dados da Metal Bulletin. Segundo o diretor de relações com investidores da Vale, Roberto Castello Branco, declarou ontem, o ciclo de alta do minério de ferro deve durar de 15 a 20 anos.

Um profissional considera, porém, que os investidores preferem realizar os ganhos com o papel e reduzir a exposição a ele. Preocupa o mercado a perspectiva de anúncio de um novo aperto monetário no país, ainda antes do ano novo chinês, na semana que vem, ou tão logo as comemorações sejam finalizadas.

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Bancos também pressionam o Ibovespa, com Bradesco PN (-3,09%), Itaú Unibanco (-2,66%) e Banco do Brasil ON (-3,16%) figurando entre as maiores baixas do índice. Os papéis das instituições financeiras são mais uma vez pressionados pela expectativa quanto a novas medidas macroprudenciais que prejudiquem o crédito.

Já as ações do Banco Panamericano subiam 2,05%, após a instituição admitir que tem mantido entendimentos, na última semana, acerca de uma possível negociação envolvendo a empresa e outras instituições financeiras. Segundo o banco, até o momento não há "nenhum acordo formalizado".

(Texto atualizado às 16h06)