O piso psicológico de R$ 1,76 para o dólar, alcançado na sexta-feira após três quedas consecutivas, fez com que o investidor preferisse abrir a semana no campo do ajuste, afastando a moeda do piso, enquanto se prepara para acompanhar a safra de balanços corporativos - que será inaugurada logo mais nos Estados Unidos, com a Alcoa - e os dados econômicos que ocuparão a agenda ao longo desta semana.Ao final do pregão de hoje, o dólar à vista na BM&F fechou em queda de 0,11%, a R$ 1,765, mesma cotação do dólar comercial negociado no mercado interbancário de câmbio, onde a divisa avançou 0,28%, depois de oscilar entre a máxima de R$ 1,769 e a mínima de R$ 1,759. No mês, o dólar comercial acumula baixa de 2,16% e no ano, alta de 1,26%. O euro comercial recuou 0,09% hoje para R$ 2,222.Para os operadores, ao suporte forte da moeda em R$ 1,76, contrasta a expectativa de fluxo de entrada e a atratividade dos juros básicos da economia brasileira. Por isso, a divisa norte-americana não tem força para subir muito mais, avaliam os profissionais, já que os fatores a favor de uma queda da moeda ante o real são muitos. "Precisaria acumular muitos dias de notícia ruim para a o mercado firmar uma tendência diferente", avalia José Carlos Amado, operador de câmbio da Renascença Corretora.Entre os dados conhecidos hoje, o superávit comercial da China, de US$ 20,02 bilhões em junho, fortaleceu as apostas de que o país sofrerá mais pressões para valorizar sua moeda. Em 19 de junho, o banco central chinês anunciou uma política de flexibilização gradual do yuan, mas, de lá para cá, a moeda chinesa subiu menos de 1% em relação ao dólar.Ao mesmo tempo, o avanço menor nas exportações e, especialmente, nas importações de minério de ferro e cobre chamaram a atenção para a redução no ritmo de crescimento da terceira maior economia do planeta, uma notícia ruim para um País fortemente apoiado na exportação de commodities como o Brasil. As exportações chinesas em junho foram 43,9% maiores que no mesmo mês do ano passado, uma desaceleração em relação ao avanço de 48,5% obtido em maio. As importações cresceram 34,1% em junho, porcentual menor que os 48,3% de maio.No mercado doméstico, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 722 milhões na segunda semana de julho (dias 5 a 11). No período, as exportações somaram US$ 4,161 bilhões, enquanto as importações, US$ 3,439 bilhões. Com o resultado da semana, a balança acumula no mês um superávit de US$ 946 milhões. No ano, o superávit é de US$ 8,825 bilhões.Também internamente, o Banco Central , que na sexta-feira não interveio no mercado à vista por conta do feriado no Estado de São Paulo (as operações ficaram restritas ao mercado interbancário), hoje retornou à prática com leilão de compra realizado à tarde no qual a taxa de corte das propostas foi de R$ 1,766 por dólar.Câmbio turismoNas operações de câmbio turismo, o dólar caiu 1,94% hoje para R$ 1,87 na ponta de venda e R$ 1,70 para compra, em média. O euro turismo recuou 0,72% para R$ 2,353 (venda) e R$ 2,107 (compra).
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