Na futura operação de pagamentos via WhatsApp de pessoas para empresas, a Cielo será apenas uma de várias parceiras da Meta (dona do Facebook). Segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes de mercado, já há negociações em andamento com outras adquirentes brasileiras para que elas também façam o processamento das transações. A parceria com a Cielo, líder do setor de pagamentos, foi anunciada na sexta-feira, dia 9.
A Cielo já opera com o WhatsApp na plataforma de transferências entre pessoas, lançada em 2021, mas neste caso, o regime é de exclusividade. As duas empresas não revelam qual o volume transacionado da funcionalidade, operada através de cartões cadastrados pelos usuários.
O Estadão/Broadcast mostrou, em junho, que a Meta tinha como próximo passo para a função pagamentos levá-la ao WhatsApp Business, versão de seu mensageiro instantâneo voltada para clientes corporativos. Esse desenvolvimento continua, mas além do fechamento de parcerias com outras empresas, depende de aprovações regulatórias por parte do Banco Central (BC).
Processo de lançamento já dura dois anos
Em 2020, quando a Meta trouxe o serviço para o Brasil, o BC suspendeu seu lançamento alegando a necessidade de avaliar questões competitivas e de privacidade de dados.
No mercado, comentou-se que o temor da autoridade monetária era de que a operação do serviço ficasse restrita a poucas empresas, com um poder de mercado muito grande. O WhatsApp opera o serviço com uma série de bancos parceiros.
Em fato relevante enviado ao mercado, a Cielo afirmou que o acordo fechado com a Meta não prevê exclusividade, e que não mudam os termos da parceria nas transferências entre pessoas.
Um porta-voz da Meta informou que a empresa está “empolgada” com a possibilidade de trazer a nova funcionalidade ao País. “Nossa parceria com a Cielo é a primeira de muitas que estamos construindo com diversos parceiros locais, na medida em que trabalhamos para oferecer às pessoas a possibilidade de comprar de empresas no Brasil diretamente no WhatsApp.”
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