A passeata com cerca de 12 mil trabalhadores realizada na manhã desta terça-feira, 20, em São Bernardo do Campo, no grande ABC paulista, terminou com uma assembleia, por volta das 10h30, em frente à empresa Mahle. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre os manifestantes estavam metalúrgicos, químicos e trabalhadores da construção civil. Durante votação entre os presentes, ficou decidido que haverá represálias contra as empresas que insistirem em demissões. Foto: Werther Santana/AE Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica Dicionário da crise Lições de 29 Como o mundo reage à crise De acordo com a assessoria da CUT, as retaliações poderão ser feitas com piquetes em frente às fábricas, retardando o início da produção, ou greve de um dia ou por tempo indeterminado, de acordo com a proposta da empresa. Entre os líderes da passeata estavam o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, e da CUT, Arthur Henrique, além de líderes sindicais de outras categorias, de acordo com a CUT. A manifestação teve como objetivo a defesa do emprego e a superação da crise econômica, sem demissões nem corte de salário, segundo a CUT. São Paulo Na capital paulista, cerca de 900 metalúrgicos entraram em greve na manhã desta terça, como protesto às demissões nas empresas Delga e Engemet, após assembleia realizada em frente às fábricas nesta manhã, segundo informações do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, Miguel Torres. De acordo com o sindicato, a Delga Ind. Com. Ltda, na zona oeste da capital, havia anunciado a demissão de cerca de 120 funcionários. A empresa, que tem 700 funcionários, já concedeu licença remunerada, férias coletivas e alega não ter mais como manter o quadro de funcionários. Na Engemet, de acordo com Torres, os 170 funcionários pararam contra o anúncio do corte de 45% da folha de pagamento. Basso Na empresa Basso Componentes, os 48 trabalhadores da produção de autopeças instalada na zona oeste da capital, começam a cumprir o acordo de suspensão do contrato de trabalho negociado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo com a empresa, e aprovado pelos trabalhadores, para garantia do emprego. O acordo vai vigorar por cinco meses e dá estabilidade no emprego por três meses após a volta ao trabalho. Neste período, os trabalhadores vão receber o seguro-desemprego e o complemento salarial pela empresa, além de cesta básica, convênio médico e odontológico. Segundo o diretor do Sindicato David Martins, o tempo de afastamento vai contar normalmente para o recebimento das férias e do 13º salário.