‘Diversidade dará um salto muito grande este ano em Cannes Lions’, afirma jurada brasileira

Única brasileira presidente de júri em 2023, executiva do mercado publicitário fala sobre desafios e expectativas em relação ao festival de criatividade

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Foto do author Wesley Gonsalves
Atualização:
Entrevista comSamantha Almeidadiretora de diversidade e inovação da Globo

Samantha Almeida, diretora de diversidade e inovação em conteúdo dos estúdios Globo, foi escolhida como a única brasileira presidente da 70ª edição do júri de Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade de 2022. Em entrevista ao Estadão, representante oficial do festival no Brasil, a executiva falou sobre os desafios da próxima edição do festival, onde julgará os trabalhos na categoria Social & Influencer Lions, além de comentar sobre as questões de diversidade dentro do mercado criativo brasileiro e mundial.

Como podemos definir o trabalho na categoria Social & Influencer Lions?

Essa é uma categoria muito nova, que tem muitos desafios dentro dela. Porque não é só uma categoria de criatividade, resultado e alcance de investimentos. Ela precisa fazer um balanço, entre a criatividade e a resposta do público, e principalmente como o produto influencia o mercado.

O mercado teve muitas mudanças nos últimos anos. Essa categoria também teve que se modernizar?

O que nós não estamos fazendo é apresentar este ano o que entendemos como uma grande tendência de olhar criativo para o mundo. Então, tudo aquilo que é premiado em Cannes se torna, na verdade, uma referência, não do que já foi feito, mas do que ainda será produzido na indústria. Essa é a grande mudança dentro da categoria: nosso desafio é escolher um trabalho que esteja conectado com um modelo de sociedade do futuro.

Qual papel você espera desempenhar como presidente de júri no festival?

Como presidente, quero ser uma liderança que seja capaz de provocar nas pessoas que estão dentro do júri um debate que vá além da questão técnica, mas olhe para as narrativas dos produtos. Porque nós não somos escolhidos apenas pelo olhar técnico, mas também pelas nossas trajetórias pessoais.

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O que você espera em relação a diversidade para essa edição do festival?

No meu primeiro e-mail para o Simon Cook - presidente de Cannes Lions - eu disse que estava disponível para trabalhar em prol da diversidade. Eu quero sair do local de espectadora, para colaborar com a estrutura do festival, para que ela represente cada vez mais a nossa sociedade. A diversidade dará um salto muito grande este ano em Cannes Lions.

E o que você quer ver em Cannes Lions?

Quero encontrar uma grande caravana de criativos negros do mercado. Eu quero encontrar essas pessoas por lá, trocando ideias, debatendo sobre diversidade em todos os locais, no júri, nas produções, nos corredores de Cannes.

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