A gigante britânica do mercado publicitário WPP anunciou nesta terça-feira, 17, que fará um processo de fusão de duas das suas principais agências, a VMLY&R e a Wunderman Thompson, em todos os mercados globais em que elas atuam.
A expectativa é de que o processo de fusão dure aproximadamente um ano em todos os mercados com operação das duas empresas, com a nova marca VML iniciando suas operações no dia 1º de janeiro de 2024.
Esta é a segunda fusão recente realizada pelo grupo britânico envolvendo a VMLY&R, que há cinco anos passou por um processo de integração entre a agência VML com a Young & Rubicam. Naquele mesmo ano, em 2018, a WPP também unificou as operações dos negócios da J. Walter Thompson com a Wunderman, dando origem a Wunderman Thompson.
Conforme divulgado pelo grupo britânico, diante da fusão, a agência passará a ser chamada apenas de VML, e será uma das maiores firmas criativas no mundo. O negócio envolve cerca de 30 mil funcionários, somados todos os colaboradores dos 64 mercados com atuação das duas agências que se fundiram.
Com as mudanças, o atual presidente da VMLY&R, Jon Cook, passa a responder como CEO global da VML, enquanto Mel Edwards, CEO global da Wunderman Thompson, será a presidente global da nova marca.
“O futuro de construir marcas e negócios sólidos exige a interconectividade da experiência da marca, do comércio e das experiências do cliente. Reconhecemos a oportunidade imediata de criar o que toda consultoria e agência de publicidade aspira construir com a formação da VML. Estamos especialmente entusiasmados em apresentar nossa nova oferta à indústria, pois não acreditamos que haja outra empresa tão premiada criativamente, com nossa profundidade em experiência do cliente e comércio,“ disse, em nota, Jon Cook.
Fusões e aquisições
O movimento da gigante do mercado publicitário ocorre em meio a uma retomada no apetite do mercado para este tipo de operação. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o setor de fusões e aquisições de empresas passa por um momento gradual de retomada nas operações, especialmente no Brasil. O contexto macroeconômico de inflação, juro alto e incertezas políticas fizeram as companhias pisarem no freio e segurarem caixa, adiando planos de comprar novos negócios.
De acordo com dados da consultoria RGS Partners, o mercado de fusões e aquisições no Brasil teve uma desaceleração de 44% no primeiro semestre deste ano ante igual período em 2022, caindo de 108 para 60.
No ano completo de 2022, foram 201 operações, segundo melhor ano desde 2012, quando começou a análise, atrás apenas de 2021, que teve 279 transações. De 2012 a 2022, a maior parte das operações é de empresas de energia e infraestrutura, varejo e consumo, tecnologia e saúde. Em 2023, o maior número de acordos foi entre empresas de tecnologia. A consultoria estima que o clima deve melhorar neste segundo semestre de 2023, com a aceleração de negócios represados no início do ano.
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