2023 é um ano de novidades para o Grupo Dreamers, holding que detém nomes como Rock in Rio, ArtPlan e Black Dragons. Depois de lançar o The Town, nova marca de megafestivais internacionais de música, a empresa se prepara para uma nova empreitada no mercado criativo com a sua agência focada em tecnologia, a Context. A marca caçula da companhia “abre as portas” no momento em que o conglomerado completa três anos desde o seu “rebranding”, realizado durante a pandemia de covid-19.
Para comandar a nova empresa, o Grupo Dreamers escalou Giovanni Rivetti como presidente da Context. O executivo teve passagem pela Accenture Song para a América Latina e também foi o cofundador e presidente da agência New Content. “Essa empresa vem juntar criatividade com tecnologia e oferecer um novo serviço para o mercado brasileiro”, diz o presidente executivo do Grupo Dreamers, Rodolfo Medina. “O que nós sabemos fazer é criatividade. Aí, juntamos esse conhecimento com a exponencialidade que a tecnologia pode nos oferecer.”
Segundo Rivetti, a Context nasce em meio a uma revolução tecnológica dentro do setor, o que abre um leque de oportunidades para o novo negócio. “Sempre fui apaixonado pela capacidade combinada de gerar diferenciação e significado do universo criativo, com o poder de fogo, escala e precisão que a tecnologia habilita”, diz. “Juntar essas práticas – por mais urgente que seja – não é tarefa fácil e, acima de tudo, precisa de um ambiente cultural aberto, empreendedor e diverso para se desenvolver.”
Com mais nomes chegando dentro da holding, o grupo espera manter o crescimento na casa de 20% em 2023. Com a maior parte dos negócios focados em publicidade e no setor de eventos, o grupo foi um dos impactados pela pandemia, mas segundo Medina, a queda no faturamento por causa da emergência de saúde pública já ficou para trás. Em 2023, a expectativa da holding, segundo Medina, é encerrar o ano com um crescimento de R$ 1,5 bilhão. “Este é um ano difícil, então, crescer 20% é bastante”, afirma o executivo.
“São muitas possibilidades. Uma necessidade das empresas é de conhecer o seu consumidor, as grandes indústrias precisam disso. Estamos em busca de olhar como monetizar essas audiências”
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Na avaliação de Jaime Troiano, CEO da Troiano Branding, a expansão do Grupo Dreamers com lançamento de nomes como The Town e Context segue o mesmo caminho de gigantes do mercado publicitário no mundo - como WPP, Publicis Group e DDB - que mantêm tradição ao mesmo tempo em que se preocupam em modernizar negócios de olho nas mudanças do setor. “Eles estão acompanhando o que o mercado precisa, que é sair do ‘casulo’ e acompanhar as pessoas, onde elas estão, compram, vivem e se encontram com os outros”, diz o especialista.
De 2020 para 2023, a companhia deu um salto no número de funcionários, passando de 700, à época da criação da holding, para 1,5 mil neste ano.
Futuro da holding
Enquanto empresas familiares que cresceram ao longo dos anos vislumbram um próximo passo via mercado de capitais, no caso do Grupo Dreamers, a ideia é outra. No momento em que o mercado de capitais aguarda o fim do período de secas de “IPO” (oferta inicial de ação, na sigla em inglês), por ora, Medina descarta qualquer possibilidade de “tocar” o sino da B3 e ir ao mercado capitais captar dinheiro.
“Muito se falou sobre isso, mas nunca foi, e continua não sendo, uma vontade nossa”, enfatiza. “O mercado de capitais é muito específico para uma natureza de negócios e de gestores. Não é um lugar que nós saberíamos como pilotar bem, então, por enquanto não está no nosso radar.”
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