Há alguns anos, as grandes companhias disputam os espaços mais concorridos do Rock In Rio fazendo investimento milionários para garantir o status de patrocinadora. Enquanto isso, um grupo de empresas menores, com investimentos de marketing bem mais modestos, também têm aderido ao festival de música. O objetivo é garantir uma oportunidade de surfar na onda de engajamento em torno do festival e ganhar relevância entre os participantes, mesmo em meio a tantos outros nomes famosos.
Além dos fãs de música, as marcas também estavam ansiosas para retornar à Cidade do Rock. Na primeira edição após o início da pandemia de covid-19, que vai de 2 a 11 de setembro, o Rock In Rio terá aproximadamente 40 empresas envolvidas, entre patrocinadores e parceiros.
Para as gigantes como Itaú, Chilli Beans, Nissin, Natura e KitKat (da Nestlé), vale tudo: palcos assinados, espaços “vip” com presença de artistas, distribuição de brindes e até uma capela para realizar os já tradicionais casamentos no festival. No caso dos menores, o foco é tentar se diferenciar com criatividade.
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Na avaliação de Cecília Russo, da Troiano Branding, até as pequenas marcas podem tirar proveito de eventos como Rock in Rio e Lollapalooza. O jeito é focar na experiência entregue ao público dentro e fora do festival. “Querer replicar o que as grandes companhias fazem é uma armadilha, porque ter o maior investimento não significa conseguir chamar atenção dos participantes no evento”, avalia.
Ainda segundo Cecília, por se tratar de um evento que reúne públicos de muitas “tribos” e diferentes idades, mais do que um “grande cheque”, os apoiadores precisam de planejamento para entender com qual participante elas querem dialogar nas suas ativações.
Os pequenos precisam ser inusitados nesses eventos
Cecília Russo, especialista em marcas da Troiano Branding
Preparação
Se atrair a atenção do público no dia do evento é uma tarefa difícil, em alguns casos, o jeito foi começar a divulgação bem antes. Para a rede de escolas de idioma KNN, que tem atualmente 700 unidades espalhadas pelo País, a parceria com o Rock in Rio vem sendo utilizada nas campanhas publicitárias da marca há mais de um ano. O diretor de marketing da KNN, Gean Skrebsky, explica que a empresa deve estar presente no dia dos shows, mas com ativações bem menos expressivas. “Para nós estar no dia dos shows é a menor parte dessa parceria, o reconhecimento como apoiador é o mais importante para nós”, avalia.
O evento musical também terá seu espaço para impulsionar o trabalho de quem está começando. Isso porque o festival terá uma parceria com o Sebrae para levar 18 empreendedores cariocas à cidade do Rock, no Espaço Favela.
Para a dona do Alecrim Gastronomia – um dos negócios escolhidos –, Vanessa Sant’Ana, a participação no evento ajudará a divulgar a marca de comida saudável, com foco no vegetarianismo. “As pessoas só não comem saudável quando não tem opção, por isso eu acredito que a procura será bem grande nos dias do festival”, afirma. Vanessa conta que, para aproveitar a exposição no Rock in Rio, depois de finalizar a produção dos itens que serão comercializados no dia dos shows, o foco é pensar na divulgação dessa parceria nas redes sociais da empresa.
‘Chamando a atenção’
Mas a busca de novas marcas por espaço nos grandes festivais não está limitada ao Rock in Rio. No autódromo de Interlagos, em julho deste ano, o Lollapalooza também foi palco para novatos divulgarem seu nome para o público.
Na ocasião, a rede de açaí Oakberry aproveitou os dias de show para montar três pontos de distribuição da sobremesa, na área vip e na pista geral. “Participar deste tipo de evento é uma oportunidade de nos relacionarmos com nosso público de uma forma diferente”, diz o diretor de marketing da rede, Renato Haidar. Além do festival paulistano, a marca também investiu em aparições em eventos como Festival Ultra, na Croácia, e no prêmio de Fórmula 1 em Miami, nos EUA.
Segundo acredita Cecília, da Troiano Branding, com retorno dos grandes festivais nos pós pandemia, a procura de marcas aspirantes por participações nestes eventos deve continuar crescendo. “Os pequenos precisam ser inusitados nesses eventos”, frisa.