A permissão para que mais consumidores escolham o fornecedor de energia elétrica a partir deste mês pode possibilitar a redução de custos, ajudar na descarbonização do negócio e dar previsibilidade das despesas a depender da duração do contrato, dizem especialistas.
A portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia em 2022 permite que todos os consumidores atendidos em alta tensão possam comprar energia no chamado mercado livre, no qual os clientes podem negociar preços, escolher a fonte de energia a ser consumida e os prazos do contrato.
Na prática, isso significa que além dos grandes consumidores, empresas de menor porte, com contas de luz de cerca de R$ 10 mil, podem passar a comprar energia elétrica neste ambiente de contratação que, atualmente, tem 38 mil unidades consumidoras.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até dezembro do ano passado, 14 mil consumidores comunicaram as distribuidoras que migrarão para o mercado livre neste ano. O Grupo A, como é chamado formalmente o conjunto de consumidores atendidos em alta tensão, soma 202 mil consumidores.
Segundo o vice-presidente de estratégia e comunicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Bernardo Sicsú, o desconto no mercado livre tem variado entre 30% e 35% em comparação com a conta de quem é atendido pela distribuidora, como clientes residenciais e pequenos comércios. Ele afirma, porém, que o diferencial desse ambiente não é só o desconto, mas também a possibilidade de contratação de novos serviços.
“Nós estamos saindo de uma lógica onde o consumidor é só um pagador de contas para um modelo de contratação onde ele está no centro, onde ele pode definir o que quer. É o acesso à energia barata, renovável e novos produtos e serviços”, afirmou ele, durante live realizada pelo Estadão com patrocínio de Enel, Engie e (re)energisa.
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