LISBOA - O governo de Portugal, prejudicado por uma recessão e pela crescente resistência popular a suas políticas de austeridade, enfrentou mais uma turbulência terça-feira, 2, com a renúncia do seu ministro de Relações Exteriores, Paulo Portas, um dia após a renúncia do ministro de Finanças, Vítor Gaspar. Com a renovada ameaça ao governo, os yields (retorno ao investidor) do bônus portugueses terminaram o dia em forte alta.
O partido liderado por Portas, o Centro Democrático e Social - Partido Popular (CDS-PP), apesar de pequeno, garante ao governo maioria no Parlamento. Ainda não está claro, no entanto, se o CDS-PP vai retirar seu apoio à coalizão de dois anos do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho. Em comunicado, Portas disse que sua renúncia é uma forma de protesto à escolha da secretária do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, como nova ministra de Finanças. Assim como Gaspar, Maria Luís enfatiza a necessidade de o governo manter forte controle sobre o Orçamento."O primeiro-ministro decidiu seguir um caminho de continuidade no Ministério das Finanças", disse Portas. "Eu respeitosamente discordo."O mercado reagiu ao cenário político desafiador do país e o yield do bônus de dez anos do governo português subiu 33 pontos-base, para 6,64%. Fonte: Dow Jones Newswires e Market News International.
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