Como sete grandes montadoras tentam juntas desfazer o pé atrás de americanos com carros elétricos

Empresas anunciaram plano conjunto para instalar 30 mil carregadores rápidos em cidades e ao longo de rodovias; primeiros postos de recarga devem começar a funcionar até o fim de junho de 2024

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Por Julian Mark

THE WASHINGTON POST - Sete grandes montadoras anunciaram na quarta-feira, 26, planos para praticamente dobrar a rede de carregadores de alta potência dos Estados Unidos, um esforço para tentar lidar com o principal pé atrás que os consumidores têm em relação aos veículos elétricos — talvez não encontrar um lugar para carregar enquanto estão na estrada.

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O plano prevê a instalação de 30 mil carregadores rápidos em áreas urbanas e ao longo de rodovias, de acordo com um comunicado conjunto da General Motors, Honda, Hyundai, Kia, do BMW Group, Mercedes-Benz Group e Stellantis N.V. A rede no país tinha cerca de 32 mil desses carregadores em julho, segundo o Departamento de Energia dos EUA.

A expectativa é que os primeiros postos para recarga comecem a funcionar até o fim de junho de 2024.

“O carregamento é uma parte inseparável da experiência de ter um veículo elétrico, e esta rede será mais um passo para torná-la a mais cômoda possível”, disse o CEO da Mercedes-Benz, Ola Källenius.

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Ela também é crucial para as iniciativas mais amplas de fazer com que os americanos deixem de usar os modelos movidos a gasolina. Espera-se que as vendas de veículos elétricos nos EUA representem mais da metade de todas as vendas de carros até 2030, disseram as empresas na quarta-feira.

Mas os preços dos veículos elétricos — cuja média ficou acima de US$ 53 mil (R$ 250 mil) em junho de 2023 — são um grande obstáculo para os consumidores, disse Michelle Krebs, analista executiva da Cox Automotive. Outro grande problema é a infraestrutura para carregar e a preocupação com o quanto os carros podem rodar até a bateria acabar, disse ela.

Montadoras se unem para criar mais pontos de recarga nos EUA Foto: Alex Silva/Estadão

“Se as montadoras vão cumprir seus objetivos globais de venda de veículos elétricos, temos que ter a infraestrutura — e (as empresas) reconhecem isso”, afirmou.

As apostas são altas. As fabricantes de automóveis investiram bilhões no setor de veículos elétricos numa tentativa de alcançar a Tesla, que controla a maior parte do mercado.

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A Tesla concedeu aos veículos elétricos de outras empresas o acesso à sua rede de carregamento rápido, outra área na qual a montadora teve uma vantagem inicial. Em fevereiro, ela concordou em disponibilizar 7,5 mil de seus aproximadamente 20 mil carregadores rápidos para todos os motoristas de veículos elétricos até o fim de 2024, o que foi necessário para a ser elegível a uma fatia dos US$ 7,5 bilhões (R$ 35,4 bilhões) em subsídios federais que o Congresso ofereceu para infraestruturas de carregamento.

A Tesla e a Ford anunciaram em maio que os modelos elétricos da Ford teriam acesso a 12 mil dos carregadores super-rápidos da Tesla a partir do próximo ano. Pouco tempo depois, a GM fechou um acordo com a Tesla.

Os carregadores rápidos usam eletricidade de corrente contínua e podem carregar uma bateria vazia em 80% entre 20 minutos e uma hora — muito mais rápido do que o intervalo de quatro a dez horas que um carregador nível 2 precisaria para conseguir o mesmo.

Cerca de 77% dos 142 mil carregadores de veículos elétricos nos EUA são do tipo nível 2, enquanto cerca de 22% são de corrente contínua (DC), de acordo com os números do Departamento de Energia.

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Entretanto, carregadores de todos os tipos, inclusive os DC, já se revelaram pouco confiáveis, pois os motoristas se deparam com aparelhos sem funcionar e processos de pagamento confusos. Uma pesquisa da JD Power de agosto de 2022 descobriu que um em cada cinco donos de veículos elétricos tinha ido a um posto e encontrado um aparelho com defeito, a grande maioria devido a falhas no funcionamento do sistema.

De qualquer modo, expandir a rede de carregadores rápidos será crucial para as fabricantes de automóveis conquistarem os consumidores, disse Michelle, chamando a atenção para o fato de não lembrar da última vez que tantas montadoras se aliaram para um único projeto. /Tradução de Romina Cácia

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