O mundo investe quase um Brasil por ano em transição energética, compara Passanezi

CEO da Cemig diz que o investimento internacional em novas fontes em 2023 chegou a US$ 1,7 trilhão, quase o PIB do País, na faixa de US$ 2 trilhões, e as demandas vão aumentar

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Por Eduardo Geraque
Atualização:

O CEO da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Reynaldo Passanezi Filho, optou, em sua fala durante o CNN Talks, realizado nesta quinta-feira, 29, em São Paulo, por começar a chamar atenção da audiência com alguns números macro do setor. Segundo ele, em 2023, por exemplo, o mundo investiu US$ 1,7 trilhão na transição energética, quase o Produto Interno Bruto (PIB) inteiro do Brasil, que está na faixa dos US$ 2 trilhões. “E as estimativas apontam que em 2050, será necessário, em termos mundiais, um investimento de US$ 5 trilhões para se dar conta do recado”, afirmou.

Mas existem outras macrotendências, segundo Passanezi, que precisam ser acopladas à questão da chamada energia limpa. “Precisamos trazer as empresas que precisam de energia limpa para produzir aqui no Brasil e, no nosso caso em específico, em Minas Gerais.” O setor da inteligência artificial, explica o executivo da Cemig, em franca expansão, é exatamente um dos que podem ser trazidos para o Brasil.

Os data centers das grandes empresas de tecnologia já consomem por volta de 2% da carga disponível por todo o setor elétrico mundial. Os mesmos 2% representados pela demanda brasileira. “Mas as previsões indicam que essa carga pode chegar a 6%, ou seja, três vezes mais, daqui a 5 anos”, calcula Passanezi, para mostrar o potencial de oportunidades que o Brasil terá pela frente, ainda mais porque o País pode oferecer um energia 100% limpa, algo tão raro de ocorrer com a grande maioria dos outros países do mundo.

Precisamos trazer as empresas que precisam de energia limpa para produzir aqui no Brasil e, no nosso caso em específico, em Minas Gerais

Reynaldo Passanezi Filho, CEO da Cemig

O setor da inteligência artificial, em franca expansão, é um dos que podem ser trazidos para o Brasil, diz Passanezi Foto: Werther Santana/Estadão

Urgências na Saúde

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A mesma necessidade de inovação que assombra o segmento energético também, por vias distintas, está batendo a porta do setor de saúde, o que significa, segundo Paulo Fraccaro, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), que há muito a ser feito pela frente, apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) ter mostrado toda a sua importância durante a pandemia, ao vacinar, de forma célere e eficiente, toda a população brasileira. “O fortalecimento de todo o complexo de saúde do Brasil é importante porque gera emprego, inovação e, fundamentalmente, saúde”, diz o executivo.

O fato de a saúde ter sido considerada um dos pilares da atual política industrial do governo federal é digno de nota, contextualiza Fraccaro. Mas um gargalo importante que precisa ser enfrentado, segundo ele, é o da falta de recursos das santas casas e hospitais públicos, instituições que estão dentro do chapéu da Abimo. “Quero enxergar a vitória de muitos projetos que o governo começa a desenhar. Mas para isso é preciso que as instituições de saúde possam ter meios para adquirir toda a inovação que está aflorando no mundo atual”, afirmou Fraccaro.

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