BRASÍLIA - O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse nesta quarta-feira, 20, que a Pasta recebeu de forma muito positiva o corte na taxa de juros e a sinalização de novas reduções no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Em reunião nesta quarta-feira, 20, o Copom promoveu um novo corte de 0,50 ponto porcentual na Selic, que passou de 13,25% para 12,75% ao ano. Além disso, indicou novos cortes na mesma magnitude nas próximas reuniões, caso haja confirmação do cenário esperado.
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“A gente recebeu aqui de maneira muito positiva a decisão e o comunicado do Copom, por unanimidade e com uma diferença em relação à decisão anterior, de manter a queda na taxa de juros, tão importante para manter o crescimento sustentável do País, e com a sinalização de que essa queda de 0,50 ponto vai seguir nas próximas reuniões, com unanimidade”, disse o secretário.
A decisão de reduzir a Selic foi a segunda neste ciclo, e manteve o passo de agosto. Na ocasião, a decisão sobre a magnitude do corte foi dividida, e coube ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, o voto de minerva pela redução maior na Selic.
O colegiado, ainda em agosto, já havia indicado com unanimidade a tendência de redução de 0,50 ponto na taxa básica de juros nesta reunião. A tendência foi reiterada neste comunicado e o Copom avaliou como apropriado que o ciclo de corte da taxa Selic ocorra no ritmo de 0,50 ponto porcentual “nas próximas reuniões”, com a sinalização unânime entre os nove componentes da diretoria do BC, incluindo Campos Neto.
A avaliação de Durigan é que a mensagem do Banco Central dá uma “tranquilidade grande” para o mercado e é uma sinalização recebida de maneira positiva pela equipe da Fazenda. “Esperamos seguir fazendo o nosso esforço, harmonizando a política fiscal, para que a política monetária siga nessa tendência, que é muito positiva para o País”, afirmou.
A menção à política fiscal feita por Durigan está relacionada ao parágrafo do comunicado de hoje que destacou a importância de o governo cumprir as metas fiscais já estabelecidas. A equipe econômica se comprometeu a entregar uma meta de déficit zero em 2024, o que causa dúvidas no mercado sobre a capacidade de cumprimento.
O comunicado do Copom destacou a relação entre esse objetivo e a reancoragem (convergência para a meta) das expectativas de inflação em prazos mais longos. “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas”, destacou o comunicado.
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