Nacionalismo é obstáculo à InBev

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Por AE
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A oferta da companhia belgo-brasileira de bebidas InBev para comprar a norte-americana Anheuser-Busch está desencadeando uma onda de protecionismo nos Estados Unidos. A senadora Claire McCaskill, de Missouri, Estado onde fica a sede da Anheuser-Busch, declarou que vai "fazer de tudo para evitar a venda" e que teme "eliminação de empregos". O governador de Missouri, Matthew Blunt, afirmou estar "muito preocupado" e pediu que as autoridades antitruste dos EUA entrem em ação. E até o candidato democrata à presidência, Barack Obama, entrou na briga. "Será uma vergonha se estrangeiros se tornarem donos da Bud (cerveja Budweiser, fabricada pela Anheuser-Busch)", disse Obama esta semana. "Nós não podemos passar uma lei para impedir os acionistas da Anheuser-Busch de venderem sua empresa, isso faz parte do sistema de livre mercado. Mas eu acho que nós poderíamos encontrar uma empresa americana que estivesse interessada em comprar a Anheuser-Busch." A reação popular também é grande. No site Saveab.com (salve a Anheuser-Busch), mais de 66 mil pessoas entraram em um abaixo-assinado contra a venda. "Como o beisebol, a torta de maçã e a cerveja gelada, a Anheuser-Busch é um produto original americano. Fundada em Saint Louis, Missouri, a Anheuser-Busch representa o espírito de nosso país, oferecendo a milhões de americanos a felicidade por meio de seus produtos de qualidade e empregos com boa remuneração", diz o site. "Com sua ajuda, podemos combater a invasão estrangeira na Anheuser-Busch. Nós vamos lutar para proteger este tesouro americano." Surto nacionalista Para analistas, o surto de nacionalismo nos EUA dificilmente seria capaz de levar a um bloqueio da venda da empresa. Mas pode complicar bastante a negociação. Trata-se do mesmo tipo de gritaria nacionalista-protecionista que ocorreu quando uma empresa de Dubai tentou comprar portos nos EUA, em 2006. O tumulto foi tamanho (com alegações de ameaça à segurança nacional) que o negócio acabou não indo à frente. Também traz lembranças da compra do Rockefeller Center por investidores japoneses, em 1989. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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