A familiar capa com borda amarela da revista mensal National Geographic não estará mais à venda nas bancas a partir do próximo ano, como parte dos cortes que afetam a publicação.
O foco da empresa está se voltando para seu produto digital e ela oferecerá edições especiais nas bancas, disse um porta-voz na quinta-feira, 29. Os assinantes ainda receberão uma cópia impressa a cada mês.
As vendas nas bancas representam uma pequena porcentagem da circulação mensal da revista, de pouco menos de 1,8 milhão de exemplares, disse a publicação.
Mesmo uma revista que começou a ser publicada em 1888 não está imune às dificuldades financeiras que afetam a mídia. Conhecida por suas fotografias coloridas de todas as partes do mundo, a revista foi iniciada há mais de um século pela National Geographic Society, que apoia a ciência e a exploração.
O controle da National Geographic mudou duas vezes na última década, primeiro em uma venda para a 20th Century Fox antes de ser adquirida pela Walt Disney Corp. em 2019. A revista foi atingida por uma série de demissões.
Craig Welch postou no Twitter na quarta-feira que sua nova edição da revista acabou de chegar, apresentando sua 16a e última matéria como redator sênior da revista. “A NatGeo está demitindo todos os redatores de sua equipe”, escreveu ele.
A revista diz que embora esteja correto que a publicação não tem mais ninguém com o título de “escritor”, ela tem pessoas que escrevem e editam. Em vez disso, a revista recorrerá a não funcionários para escrever histórias. As mudanças ocorreram como resultado de uma reorganização em abril.
A empresa não quis discutir quantas pessoas perderam seus empregos.
“A National Geographic continuará a publicar uma revista mensal dedicada a narrativas multiplataforma excepcionais com impacto cultural”, diz o porta-voz Chris Albert. “Mudanças de equipe não mudarão nossa capacidade de fazer este trabalho, mas nos darão mais flexibilidade para contar histórias diferentes e encontrar nosso público onde ele estiver em nossas diversas plataformas. Qualquer insinuação de que as mudanças recentes impactarão negativamente a revista ou a qualidade de nosso ‘storytelling’ é simplesmente incorreta.” / AP
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