Airbus prevê que América Latina demandará o dobro de aviões em 20 anos, com o Brasil acima da média

Conforme estudo apresentado pela companhia, o aumento da classe média impulsionará expansão da aviação na região até 2043

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Foto do author Luiz Araújo
Atualização:

NASSAU - A Airbus apresentou nesta terça-feira, 29, o relatório de Previsão do Mercado Global, o Global Market Forecast 2024 (GMF). Nele, a gigante do mercado aeroespacial projeta que a frota da aviação da América Latina e Caribe deve quase dobrar até 2043, crescendo dos atuais 1.560 para 2.670 aeronaves nos próximos 20 anos.

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A expectativa de crescimento no período se baseia na perspectiva de aumento da classe média da região, que deverá representar dois terços da população em 2043. Com isso, a Airbus avalia que haverá maior demanda tanto para viagens de lazer quanto para as de negócios.

O Brasil se destaca no levantamento, com crescimento acima da média projetado pela Airbus. A expectativa é de que, na América Latina, a média de viagens per capita suba de 0,48, em 2023, para 0,94, em 2043. No caso brasileiro, a taxa, que hoje é de 0,4, deve chegar a 1 no mesmo período.

Airbus vê que os efeitos da pandemia ainda impactam a aviação Foto: Mike Mareen/Adobe Stock

O estudo revela que o tráfego doméstico e internacional de passageiros em toda a região deve crescer a uma taxa anual de 5,5% até 2027, como resultado da recuperação da pandemia. A médio e longo prazo, o tráfego irá voltar às tendências pré-pandêmicas com uma taxa de crescimento anual de 3,6% entre 2028 e 2043.

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Futuro do setor

A companhia destaca que, com a frota regional quase duplicando até 2043, a mão de obra será fundamental. A projeção é de que haverá um acúmulo de demanda por 136 mil profissionais adicionais nos próximos 20 anos, incluindo 46 mil novos técnicos, 36 mil novos pilotos e 54 mil novos tripulantes.

A Airbus já vendeu mais de 1,3 mil aeronaves na América Latina e no Caribe e lidera o mercado de aviação comercial. Cerca de 800 unidades estão em operação em toda a região, com quase 500 em backlog — pedidos que ainda serão entregues. Das novas entregas para atender o mercado até 2043, a empresa projeta que 90% continuarão a ser aeronaves de corredor único e 10% aeronaves de fuselagem larga.

*O repórter viaja a convite da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).

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