Americanas: terceirizados são cortados em São Paulo, Rio e Porto Alegre

A cadeia de fornecimento já é afetada pela crise financeira da varejista; sindicatos não receberam relatos de demissões de comerciários da empresa

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Foto do author Lucas Agrela
Foto do author Márcia De Chiara
Por Lucas Agrela, Márcia De Chiara e Antonio Temóteo
Atualização:

A Americanas encerrou contratos com 50 prestadores de serviço na área de tecnologia da informação em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, de acordo com o presidente Sindicato dos Comerciários de São Paulo e presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah. Os cortes acontecem em meio à crise financeira da varejista, em recuperação judicial desde 20 de janeiro, com dívida de R$ 41 bilhões.

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Até o momento, não há relatos de funcionários demitidos na Americanas, de acordo com os sindicatos do Rio e de São Paulo. Os salários dos empregados referentes ao mês de janeiro estão sendo pagos em dia.

Procurada, a Americanas confirmou o corte de terceirizados. “A Americanas informa que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários. A companhia apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”, informou, em nota.

Americanas tem 45 mil funcionários e está em recuperação judicial após encontrar rombo bilionário nas contas Foto: RODOLFO BUHRER/FOTOARENA

Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que as demissões em massa são inevitáveis para a reestruturação da companhia. A varejista tem 45 mil funcionários, mas o número chega 100 mil quando considerados funcionários diretos e indiretos da empresa. Portanto, os cortes de contratos de terceirizados da varejista podem levar a um efeito dominó no mercado de trabalho. Fornecedores no Rio de Janeiro já iniciam o processo de demissão de funcionários por causa da crise na Americanas.

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Como a varejista deu entrada no processo de recuperação judicial antes de demitir funcionários, os passivos trabalhistas gerados agora não poderão ser incluídos no plano de pagamento dos credores. Entretanto, a empresa pode propor medidas drásticas para se capitalizar no plano de recuperação, como o fechamento de lojas e demissões. Recentemente, a empresa fechou uma loja na Penha, SP, como parte de uma redução de custos que já era planejada desde o ano passado.

Suspeita de fraude

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que “é possível” que os controladores das Americanas “se locupletaram” da fraude bilionária nas Americanas. Segundo ele, ninguém demonstrou preocupação com os milhares de trabalhadores, apenas com eventuais perdas do setor financeiro.

“É possível que os controladores das Americanas se locupletaram no caso, mas os minoritários, possivelmente, estão na mesma situação dos trabalhadores. Não posso afirmar que houve fraude, mas que tem que cheiro, tem cheiro”, declarou.

Segundo Marinho, se houve fraude nas Americanas, o governo acionará os responsáveis para garantir o pagamento dos direitos trabalhistas aos funcionários. “Não vi ninguém preocupado com os trabalhadores no caso das Americanas, só com sistema financeiro”, disse.

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As centrais sindicais estão convocando para próxima sexta-feira, 3 de fevereiro, às 10 horas, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, onde há uma grande loja da Americanas, uma manifestação para cobrar da empresa posicionamento em relação aos funcionários da companhia.

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