A ArcelorMittal da África do Sul anunciou o encerramento de seus negócios de produtos de aço longo, o que afetará cerca de 3,5 mil empregos. A medida foi anunciada depois que as condições econômicas fracas, os altos custos e as importações de aço da China pesaram sobre a empresa.
A unidade sul-africana da ArcelorMittal disse que a produção de aço deve cessar no final de janeiro e que seus processos de produção restantes serão encerrados no primeiro trimestre do ano.
“O persistente excesso de capacidade nos mercados globais e locais e os preços internacionais do aço insustentavelmente baixos exacerbaram ainda mais as dificuldades estruturais do negócio”, acrescentou a empresa.
A receita da ArcelorMittal da África do Sul para 2024 deve cair mais de 5% em comparação com 2023, e a empresa prevê uma queda significativa nos lucros.
Uma jornada da Indonésia ao Brasil
O grupo ArcelorMittal, que tem várias usinas de aço no Brasil, pertence à família de origem indiana Mittal. É o segundo maior produtor global e líder no Ocidente. Lakshmi Mittal, apesar de indiano, iniciou seu império siderúrgico com uma pequena fábrica na Indonésia. De lá, avançou para Europa e Estados Unidos.
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No Brasil, fez vários investimentos e aquisições desde 2006 — quando, globalmente, a Mittal Steel incorporou a franco-belga Arcelor. A mais recente aquisição do grupo no País foi a da Siderúrgica de Pecém, no Ceará, que pertencia à Vale e a dois sócios asiáticos, por R$ 11 bilhões, em 2022.
Em novembro de 2024, a ArcelorMittal inaugurou nova linha de produção de aço em Santa Catarina, com investimento de R$ 2 bilhões.
A família Mittal também controla a Aperam, de aços inox e especiais, que tem uma operação separada no Brasil. Juntas, as duas empresas produziram 14,2 milhões de toneladas no ano passado, respondendo por 42% da produção nacional. /Com Dow Jones Newswires
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