A Arezzo e o Grupo Soma confirmaram nesta segunda-feira, 5, a fusão entre os dois grupos, que cria um gigante da moda com faturamento de cerca de R$ 12 bilhões, 34 marcas e mais de 2 mil lojas, entre próprias e franquias.
A nova companhia será comandada de maneira conjunta pelos atuais acionistas de referência da Arezzo&Co e do Grupo Soma. Alexandre Birman será o CEO da nova companhia e Roberto Luiz Jatahy Gonçalves o CEO da unidade de negócios de vestuário feminino. Já Rony Meisler ficará como CEO da unidade AR&Co (que reúne as marcas Reserva, Reserva Mini, Oficina, Reserva Ink, Reserva Go, Reversa e Simples) e Thiago Hering continuará como CEO da unidade Hering.
De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os R$ 12 bilhões estimados de receita para o grupo consideram os respectivos faturamentos brutos dos últimos 12 meses, apurados nos informativos trimestrais do terceiro trimestre de 2023.
A nova empresa terá quatro verticais de negócios: calçados e bolsas; vestuário e lifestyle feminino; vestuário e lifestyle masculino; e vestuário democrático. Entre as marcas do novo grupo estão, do lado da Arezzo, Vans, Alexandre Birman e Schutz. Pelo Grupo Soma, a Hering, Farm e Animale, entre outras.
“O surgimento dessa nova empresa acarreta grandes oportunidades de geração de valor adicional, tais como, o desenvolvimento das categorias de calçados e bolsas nas marcas do Grupo Soma gerando alavancagem de receita, otimização da gestão dos canais de multimarcas, e-commerce e, principalmente, franquias, otimização da planta industrial de malharia da Hering e a preparação dessa nova empresa para plugar outras verticais de negócio”, diz o fato relevante.
O acordo prevê que a operação será realizada por meio da incorporação do Grupo Soma pela Arezzo&Co. Os acionistas da Arezzo serão titulares de 54% do novo grupo, enquanto os acionistas do Grupo Soma ficarão com 46% do capital social da companhia, desconsiderando as ações atualmente em tesouraria.
Uma vez finalizada a documentação necessária, incluindo o protocolo e justificação da incorporação, as administrações das companhias convocarão as respectivas assembleias gerais de acionistas para deliberação das matérias relacionadas à operação. Segundo o fato relevante, a consumação da operação está condicionada à verificação de condições usuais para operações desta natureza, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Os escritórios Stocche Forbes Advogados e Spinelli Advogados atuaram como assessores legais da Arezzo&Co e o BMA Advogados atuou como assessor legal do Grupo Soma. A XP Investimentos atuou como assessor financeiro das companhias na operação. O Itaú BBA e o Bank of America atuaram como assessores financeiros da Arezzo&Co. O JPMorgan atuou como assessor financeiro do Grupo Soma e a G5 Partners atuou como assessor financeiro dos acionistas de referência do Grupo Soma.
As companhias farão uma apresentação conjunta em evento nesta segunda-feira, 5, a partir das 11 horas.
Dificuldades do setor
Na avaliação do professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, decisão de unir os dois grupos ocorre como um reflexo de fatores como as dificuldades do setor de moda, queda no valor de mercado das empresas separadamente e também à chegada de novos negócios como as gigantes asiáticas. “É uma fusão surpreendente”, afirma o especialista.
Segundo Reis, fusão da Arezzo e Soma seguem o exemplo de outros grandes grupos de moda no exterior que uniram forças para fortalecer os negócios. Para o especialista, buscar sinergias entre marcas focadas em públicos tão diferentes, ou de marcas que competem entre si pode ser um ponto de atenção para a companhia.
“Eles precisarão avaliar bem o catálogo de marcas dos dois grupos”, analisa. “Juntar dois negócios deste tamanho não é algo simples”, complementa. /Colaborou Wesley Gonsalves
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